DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS –



DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS
UM DOM IMPRESCINDÍVEL



TEXTO ÁUREO:
Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. (1 Co 2.15)


VERDADE PRÁTICA:
O discernimento de espíritos é um dos dons espirituais concedidos aos crentes, em Jesus; ele nos capacita a distinguir o real do aparente e a verdade da mentira.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 16.16-22


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

I – Discorrer sobre Discernir e Discernimento;
II – Explicitar as artimanhas da adivinhadora de Filipos;
III – Mostrar como desmascarar os ardis de Satanás.


INTRODUÇÃO: O homem espiritual é a pessoa com o Espírito Santo e que, por isso, tem melhores condições para entender cada situação. Isso é diferente daquele que não conhece a Deus. Mas o relato da libertação da adivinhadora de Filipos, por ocasião da segunda viagem missionária do apóstolo Paulo, revela que o discernimento espiritual vai além, pois diz respeito ao "dom de discernir os espíritos (1 Co 12.10).

I – DISCERNIR E DISCERNIMENTO

No seu uso geral, discernimento é, na vida cotidiana, a capacidade de compreender e avaliar as coisas com bom senso e clareza, de separar o certo do errado com sensatez. O termo aparece nessa acepção na Bíblia (2 Sm 19.35; Jn 4.11). Mas, no contexto teológico, o seu uso é muito mais amplo, como veremos a seguir.

1. O verbo "discernir". O Novo Testamento grego apresenta dois verbos traduzidos em nossas versões bíblicas por "discernir", anakrino e diakrino. significa: “perceber claramente; capacidade de compreender situações; distinguir; diferenciar; compreender; perceber; entender; formar juízo”  (Lc 23.14; At 17.11), e aparece também com o sentido de "discernimento" (1 Co 2.14,15).

2. O substantivo "discernimento". O termo grego é diákrisis, tem o sentido de “penetrar por baixo da superfície, desmascarando e descobrindo a verdadeira fonte dos motivos e da manifestação”, que só aparece três vezes no Novo Testamento:

       No sentido de "briga" ou "julgamento" (Rm 14.1);
       como "distinção" em que se julgam pelas evidências se os espíritos são malignos ou se provém de Deus (1 Co 12.10);
       para discernir entre o bem e o mal (Hb 5.14).

O discernimento espiritual é diferente do dom de discernir os espíritos.

3. Atualidade. As próprias Escrituras nos informam que, nos últimos dias, iria se intensificar, no meio do povo de Deus, a ação do engano, por intermédio de falsos doutores (II Pe.2:1), falsos profetas (Mt.24:4,5,11,24; I Jo.4:1), como também espíritos enganadores e doutrinas de demônios (I Tm.4:1), que perturbam a igreja e promovem a apostasia espiritual.

Além do discernimento espiritual que é próprio e comum de todo homem espiritual, ensina-nos a Bíblia que há, também, um dom espiritual, o dom de discernimento dos espíritos (I Co.12:10).

II – A ADIVINHADORA DE FILIPOS – A manifestação do dom de discernimento de espíritos

1. O espírito de adivinhação.

       O caso da adivinhadora, mostra a atuação do dom de discernir espíritos.

       O espírito adivinho elogiava os dois mensageiros de Deus, Paulo e Silas, ao confirmá-los como anunciadores do caminho da salvação? É óbvio que havia algo de errado nisso.

       A jovem pitonisa "tinha espírito de adivinhação" (v. 16). O termo grego usados aqui é python, "Píton, espírito de adivinhação", de onde vem o termo "pitonisa", associado à feitiçaria. Píton era a serpente que guardava o oráculo em Delfos, na antiga Grécia, a qual, segundo a mitologia, Apolo matou. Com o tempo, python passou a ser usado para designar adivinhação ou ventríloquo, que em grego é engastrimythos, de gaster, “ventre", e mythos, "palavra, discurso", cuja ideia é dar oráculos ou predições desde o ventre, pois se imaginava alguém ter tal espírito em seu ventre. O vocábulo engastrimythos não aparece no Novo Testamento, mas está presente na Septuaginta (Lv 19.31; 20.6) e é aplicado à feiticeira de En-Dor (1 Sm 28.7,8).

       A moça era uma escrava que dava muito lucro aos seus senhores com essa prática ocultista (v. 16). Ao ser liberta pelo poder do nome de Jesus, os seus proprietários viram nisso um prejuízo econômico e foram denunciar os missionários às autoridades locais. A população não viu a maravilha da grande libertação da moça, e Paulo e Silas não foram denunciados por causa da expulsão do espírito maligno da jovem. Eles foram acusados de perturbar a ordem pública e nem sequer foram ouvidos, ou seja, não tiveram o direito de resposta. Foram açoitados e colocados na prisão (vv.19-22). Jesus tornou-se também persona non grata em Gadara por causa do prejuízo dos porqueiros (Mc 5.16-18). Infelizmente, o lucro fala mais alto ainda hoje.

2. O dom de discernimento de espíritos

 – Os dons citados aos Coríntios, são dons de “manifestação” sobrenaturais (1 Co. 12.8-10) e enquadram-se em três divisões: 1) Os dons de revelação: a palavra de sabedoria; palavra de conhecimento; o discernimento de espíritos; 2) dons de poder (ou dons de ação): são eles: 2.1) fé; 2.2) cura; 2.3) operações de milagres; 3) dons de elocução (ou dons vocais ou dons de inspiração ou dons de fala): são dons que manifestam a mensagem de Deus; são eles: profecia; variedade de línguas; interpretação de línguas.

– O dom de discernir os espíritos é um recurso do Espírito Santo contra as falsificações. É a revelação sobrenatural, ou percepção da esfera dos espíritos, para detectar os espíritos e seus planos e para ler a mente dos homens (Mt. 9.4; Lc. 13.16; Jo. 2.25; At. 13.9-10; 16.16; 1Tm. 4.1-4; 1Jo. 4.16).



As manifestações sobrenaturais podem ter basicamente três origens. Notemos:

       Divina. A Bíblia não somente afirma a existência de Deus (Gn 1.1; Dn 2.28), como também fala de suas intervenções miraculosas na terra (1 Sm 2.6-8). Ele opera sinais e maravilhas (Êx 10.1; Nm 14.22; Dn 6.27).

       Humana. A Bíblia fala de pessoas que profetizam “falsamente” (Jr 14.14); do “próprio coração” (Jr 23.16); falam “sonhos mentirosos” (Jr 23.32). Na época do profeta Isaías e Jeremias (Is 8.19; 44.25; Jr 27.9; 29.8). Há casos no Novo Testamento de mágicos que iludiam as pessoas com truques (At 8.8-11; 13.6). Jesus discernia o coração das pessoas (Jo 2.25).

       Diabólica. Quando os demônios agem na vida das pessoas podem fazê-las “operar sinais” (Êx 7.10,11; 2 Ts 2.9); “profetizar” (1 Rs 22.22); adquirir “grande força” (Mc 5.3,4); ter “conhecimento da vida íntima das pessoas” (At 16.16). A Bíblia diz que: (a) Satanás usa as Escrituras e as interpreta para o mal (Mt 4.6; Lc 4.10,11); (b) ele opera grandes sinais e prodígios (Mt 24.24; 2 Ts 2.9; Ap 16.14; 19.20); e, (c) ele tem a capacidade de transformar-se em anjo de luz (2 Co 11.14).

O dom de discernir os espíritos é essencial para diferenciar cada caso! É uma ferramenta poderosa para a Batalha Espiritual!


III – DESMASCARANDO OS ARDIS DE SATANÁS

1. O que também pode nos ajudar para identificarmos os ardis de Satanás?

       Ser um homem espiritual. A expressão ‘homem espiritual’ no grego ‘pneumatikos anthrõpos’, é o homem que, nascido de novo, procura andar segundo a natureza divina recebida por ocasião do novo nascimento (Jo 3.3,7; 2 Co 5.17; Gl 6.15; Jo 1.12.13; Ef 2.1,5; Cl 2.13; Tt 3.5; Tg 1.18; 1 Pe 1.23). Ao contrário do homem natural, quanto as coisas espirituais, o homem espiritual “[…] discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (1 Co 2.15-b). Por possuírem o Espírito Santo, os crentes entendem estas coisas. Eles são capazes de fazer julgamentos corretos sobre os assuntos espirituais, tais como: a salvação ou as bênçãos futuras de Deus. Todo cristão nascido de novo deve ter, em certo grau, a capacidade de “provar os espíritos” (1 Jo 4.1).

       A Palavra de Deus. Para que pudéssemos discernir as manifestações espirituais Deus nos concedeu a Sua Palavra. Qualquer manifestação espiritual que não esteja de acordo com as Escrituras, deve ser descartada. Jesus nos advertiu sobre os falsos profetas, dizendo que eles fariam até prodígios (Mt 7.15; 24.11,24; Mc 13.22). Os apóstolos Paulo, Pedro e João também nos advertiram quanto a isso (1 Ts 5.21; 2 Pd 2.1; 1 Jo 4.1). Ela nos ordena a:

a)   Julgar as profecias. Desde o AT que Deus ensinou o seu povo a julgar as profecias (Dt 18.20-22). No NT, há o mesmo direcionamento. Quanto ao dom de profecia, o apóstolo orientou aos que profetizavam que falassem um após o outro e que a igreja julgasse o conteúdo das profecias (1 Co 14.29). Mas, que aspectos devemos julgar? Notemos alguns: (a) a mensagem glorifica a Deus? (1 Co 10.31); (b) a mensagem está de acordo com as Escrituras? (1 Pd 4.11); (c) a mensagem edifica a igreja? (1 Co 14.3,4,5,12,17,26); (d) a pessoa que profetiza se submete ao julgamento dos outros? (1 Co 14.29); a pessoa que profetiza está no controle de si mesmo? (1 Co 14.32); a pessoa que profetiza é submissa a Palavra de Deus e a autoridade pastoral? (1 Co 14.37).

b)   Julgar a mensagem pregada. Satanás também cria doutrinas heréticas com a finalidade de destruir a pureza doutrinária da igreja, levando-a a apostasia. Sabedor disto, Paulo exortou aos presbíteros de Éfeso (At 20.28), e previu, pelo Espírito Santo, que isto ocorreria em maior abundância nos últimos dias (1 Tm 4.1-3). Paulo elogiou a igreja de Bereia, que examinava as Escrituras para ver se o que ele estava falando era de fato a verdade (At 17.11). A igreja de Éfeso foi grandemente elogiada por Jesus, pelo fato de ter rejeitado a mensagem dos falsos apóstolos (Ap 2.2-b). “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema” (Gl 1.8).

c)    As manifestações espirituais. Não podemos ignorar que o homem (At 8.8-11; 13.6) ou mesmo Satanás e os demônios (Mt 24.24; 2 Ts 2.9; Ap 16.14; 19.20) podem realizar coisas que se assemelham as operações miraculosas, com o intuito de enganar as pessoas e induzi-las ao erro. Diante disto, necessitamos “provar os espíritos” (1 Jo 4.1). À semelhança do metalúrgico que testa a integridade do metal por meio do fogo, testar a mensagem com a verdade apostólica, para saber qual o espírito que está por trás dela.

2. Recomendações úteis para a vida cristã.

       Não extinguir o Espírito (1 Ts 5.19);
       Não desprezar as profecias (1 Ts 5.20).
       Examinar tudo e reter o bem (1 Ts 5.21).
       Faça uma análise da sua própria experiência espiritual: Deus está mais maravilhoso e grande aos seus olhos? Jesus Cristo tem sido o seu alvo? Tem se interessado mais pelas Escrituras? Tem se tornado mais humilde, ou os outros são inferiores aos seus olhos? Tem amado mais pessoas ou alimentando mais amargura? A relação com o mundo e o pecado está mais frouxa, ou muito rígida? Dependendo das respostas perceberemos se nossa experiência espiritual tem sido com Deus ou não!



CONCLUSÃO: Satanás é perito no engano e no disfarce, na mentira e na aparência: "porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz" (2 Co 11.14). Ele é um ser habilidoso e acima de qualquer ser humano na arte do engano e da mentira; os seus disfarces só são discerníveis pelo Espírito Santo: "porque não ignoramos os seus ardis" (2 Co 2.11). Às vezes, até mesmo os crentes, por falta de vigilância, terminam caindo no laço do Diabo.

Professor: J. Fábio
Na ADMEP





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