“JESUS, O HOLOCAUSTO PERFEITO”
ADMEP
Assembleia de Deus Ministério Estudando a Palavra
Rua, Dr.
José Thomas, 651 - Pavuna, Rio de
Janeiro – RJ.
Pastora,
Maria Valda
RG.
032/2018 - CIMADESO
Departamento de Educação Cristã
Escola Bíblica Dominical
“JESUS,
O HOLOCAUSTO PERFEITO”
Leitura Bíblica em
Classe
Levítico 1. 1 - 9
§
Objetivo Geral: Conscientizar de que os holocaustos da Antiga Aliança eram transitórios e
imperfeitos, mas o sacrifício de Jesus Cristo é perfeito e eterno.
§ Objetivos
Específicos: -
1)
Mostrar
o que o holocausto é o sacrifício mais antigo;
2)
Discutir a respeito do
holocausto na história de Israel;
3)
Compreender que Jesus Cristo é o
holocausto perfeito.
Introdução: - Na Lição de hoje
estudaremos sobre um assunto que é vital do culto judaico veterotestamentário,
e faremos as devidas aplicações práticas para os nossos dias, já que nosso
estudo não é meramente técnico ou descritivo. O que era o holocausto,
por que ele foi praticado pelos patriarcas, ordenado e regulamentado por Deus
na Lei mosaica e de que modo ele aponta para o sacrifício substitutivo
realizado pelo Salvador Jesus? Estas perguntas são respondidas ao longo do
estudo. Meditemos!
Antes de prosseguirmos,
gostaria de te apresentar um conteúdo que pode lhe ajudar a melhorar suas aulas
na Escola Bíblica Dominical. O curso produzido pela Universidade da Bíblia
chama-se Formação de Professores para Escola Bíblica Dominical e tem
matérias sobre a psicologia da educação cristã, didática, métodos de ensino
entre outros.
I. O HOLOCAUSTO, O SACRIFÍCIO
MAIS ANTIGO
1.1)
Etimologia da
palavra
A palavra holocausto,
no texto hebraico é olah (que significa “aquilo que sobe” – Gn
8.20; 22.2-13); no grego é holokautôma, cujo
significado é “oferta totalmente queimada”. Diz respeito ao tipo de
sacrifício em que animais puros eram oferecidos a Deus sobre o fogo, onde eram
totalmente queimados (Lv 6.22; Dt 33.10).
O sacrifício do holocausto é
definido na Bíblia como “de aroma agradável” (Lv 1.9 Gn
8.21), que é um sinal da aceitação divina e é usada como metáfora no Novo
Testamento para expressar como um sacrifício cristão (não mais com morte de
animais) é aceitável a Deus (Ef 5.2; 4.18).
1.2)
Origem da prática
de holocaustos
Como destacado por
Beckwith, “muitas vezes dá-se atenção ao fato de que, depois do
primeiro casal ter cometido pecado, Deus o vestiu com peles de animais (Gn
3.21), ressaltando assim a ligação entre pecado e morte. Talvez a resposta
certa quanto à origem do sacrifício seja que, ao vestir o casal dessa maneira
marcante, Deus instituiu o sacrifício indiretamente, não diretamente. Se assim
for, então Abel, homem de fé (Hb 11.4), viu nisso prova de que, ao trazer
oferta a Deus, os pecadores deveriam do mesmo modo reconhecer a sua culpa, por
meio da morte de um animal” [1].
Assim, embora seja fácil
encontrar sacrifícios sendo realizados por povos pagãos contemporâneos aos
patriarcas, inclusive sacrifício humano (o que Deus abominava!), é nas
narrativas bíblicas que encontramos a verdadeira e pura origem dos holocaustos
religiosos, e Abel, filho de Adão, teria sido a primeira pessoa a oferecer
sacrifícios ao Senhor.
Sobre a prática do holocausto
encontrada entre os antigos pagãos, “se trataria de uma daquelas
ordenanças primitivas que os seres humanos carregaram consigo na sua dispersão
pelo mundo [após o Dilúvio], alterando-a e, em certo sentido,
distorcendo-a no processo” [2]. Ou seja, foi uma boa tradição, que
remonta aos primeiros seres humanos a habitarem a terra e que expressavam
louvor a Deus e necessidade de um sacrifício, mas que veio a ser corrompida pelo
pecado e pelas vãs imaginações dos descrentes.
1.3)
Causas e
propósitos do holocausto
Tomemos nota destas três
palavras que estão intimamente ligadas ao holocausto: pecado, culpa
e expiação. O pecado do homem o tornou culpado diante de Deus e digno
de morte (Gn 1.16,17; Rm 6.23); Deus, misericordioso e gracioso, proveu para o
homem um sacrifício substituto, o sacrifício de um animal cujo sangue deveria
ser derramado e cujo corpo deveria ser queimado sobre o fogo santo. Assim
procedendo com fé, arrependimento e temor, o homem recebia de Deus a expiação
de seu pecado, isto é, a eliminação da condenação e o afastamento da ira de
Deus.
II. HOLOCAUSTO NA HISTÓRIA
DE ISRAEL
Mesmo antes de Moisés e da
Lei dada sobre o monte Sinai, ofertas queimadas já eram oferecidas a Deus. No
decorrer da história, os holocaustos eram efetuados privada e publicamente.
Vejamos alguns exemplos:
2.1)
Período patriarcal
ABEL – Pastor de ovelhas como era, ofereceu
sacrifício animal a Deus (Gn 4.4). Embora o texto não diga explicitamente que
era uma oferta queimada, é o que se depreende de todo genuíno sacrifício animal
oferecido a Deus: ou eram oferecidos ao Senhor e comido pelo ofertante (como
ocorreria com algumas ofertas no período mosaico), ou eram oferecidos ao Senhor
e totalmente queimados. Mas de modo algum eram deixados ao sol para apodrecer e
servir de alimento para abutres!
§
NOÉ – Nos primórdios da humanidade, encontramos
Noé, pai de todos os seres humanos que viveram e vivem após o dilúvio,
oferecendo holocaustos sobre um altar (Gn 8.20,21). Duas coisas são dignas de
nota nos sacrifícios deste patriarca: 1) mesmo antes da regulamentação mosaica,
Noé já sabia que a Deus agradava sacrifício de animais limpos (v.20); 2) o
Senhor “cheirou o suave cheiro” dos sacrifícios de Noé (v.
21).
O sacrifício de Noé tinha um
“suave cheiro” (isto é, perfume; hb. reyach). Que cheiro têm diante
de Deus nossas orações? Há bom odor em nossos hinos? Nossos jejuns são
agradáveis a Deus? E nosso proceder diário em família, no trabalho, no ambiente
de estudo e na rua, tem exalado para Deus um perfume agradável? Oferecer a Deus
adoração, alimentando discórdia com nossos irmãos, não é agradável a Deus (Mt
5.23,24); oferecer a Deus orações, tendo maltratado nossas esposas, não é
agradável a Deus (1Pe 3.7); pretender ser amigo de Deus, enquanto procedemos
segundo os costumes deste mundo, não é agradável a Deus (Tg 4.4). Devemos ser
para Deus “o bom perfume de Cristo” (2Co 2.15). Deve haver cheiro de santidade
em nossa adoração!
§
ABRAÃO – No famoso episódio em que Abraão levara seu
filho para sacrificá-lo ao Senhor, Deus impediu o patriarca de concretizar o
sacrifício de seu filho (era apenas uma prova da fé abnegada de Abraão, na qual
ele foi aprovado com louvores), mas pôs diante dele “um carneiro preso
pelos chifres num arbusto. Foi lá pegá-lo e o sacrificou como holocausto em
lugar de seu filho” (Gn 22.13, NVI). Abraão não perdeu a oportunidade
de adorar a Deus mediante um sacrifício de holocausto, e agora ele tinha mais
razões para fazê-lo: seu filho fora livrado da morte e Deus providenciara um
substituto para ele!
Não temos nós, a quem o Pai
providenciou o sacrifício vicário – “o filho se nos deu” (Is
9.6; Jo 3.16; Rm 8.32) – mais razões ainda para oferecermos ao Senhor o
sacrifício de louvor contínuo? (Hb 13.15). Há três sacrifícios que podemos e
devemos fazer por meio de Jesus para elevarmos a Deus nossa adoração: primeiro,
confessar o nome de Jesus (Hb 13.15); segundo, ministrar louvores a Deus (Hb
13.15); terceiro, fazermos o bem e repartir com os que estão em necessidade,
“pois de tais sacrifícios Deus se agrada” (Hb 13.16).
§
JÓ – As referências aos sacrifícios em Jó mostram
que o holocausto não deixa de ter um sentido de expiação (aliás, este é o
sentido fundamental, como se pode ver em Lv 1.4; 16.24; 2Sm 24.25). É opinião
de abalizados doutores nas Escrituras que Jó foi um patriarca contemporâneo ou
que viveu muito próximo de Abraão, Isaque e Jacó. É-nos dito que Jó “se
levantava de madrugada, e oferecia holocaustos” segundo o número de seus
filhos, para que Deus não os punisse em razão de eventuais pecados cometidos
nos banquetes que eles gostavam de oferecer (Jó 1.5).
2.2)
Período mosaico
Como se pode ver nos
primeiros capítulos de Levítico (especialmente 1.3-17; 6.8-13), livro em estudo
este trimestre, no período mosaico, o holocausto passa a ser um dos elementos
principais do culto e da adoração, vindo a ser uma das principais atividades
dos sacerdotes: oferecer sacrifícios sobre o fogo em favor de todo o povo
hebreu. Este sacrifício era oferecido em favor da nação diariamente, pela manhã
e ao entardecer (Ex 29.38-43).
O altar do holocausto,
construído de bronze e onde o fogo devia estar continuamente aceso na entrada
do santuário (Lv 6.8-13), era o lugar santo onde estes sacrifícios foram
comumente realizados desde os dias da peregrinação de Israel rumo a Canaã. Com
a construção do templo de Salomão, finda o tempo de tolerância de sacrifício
fora do santuário, exceto nas circunstâncias mais urgentes (1Re 3.2).
Pertencia à classe dos
sacrifícios expiatórios, isto é, eram oferecidos como expiação pelos pecados
que os ofertantes tinham cometido. Mas eram também sacrifícios de ações de
graças e, finalmente, um ato de adoração. Para o holocausto, os animais
oferecidos deveriam ser considerados puros e não ter qualquer doença ou defeito
físico – já apontando para a perfeita santidade de Jesus (Hb 7.26: “santo,
inocente, imaculado, separado dos pecadores”).
2.3)
Período nacional
Apesar das regulamentações da
lei mosaica, depois da entrada na terra prometida, com a morte de Moisés e de
Josué e antes de haver uma sucessão regular de reis, cada pessoa continuava
fazendo “o que lhe parecia certo” (Jz 17.6; 21.25), em questões gerais, mas
também rituais.
A prática do sacrifício na
vida de Israel foi duramente criticada pelos profetas, começando pelo profeta
anônimo e 1Samuel 2.27-36, que denunciou a conduta profana dos filhos de Eli. E
apesar das restrições impostas pela Lei, era comum encontrar sincretismo
religioso no culto judaico. É no confronto de Samuel com Saul que vemos ressaltado
o elemento mais importante na adoração: “obedecer é melhor do que sacrificar”
(1Sm 15.22,23).
Nos dias do profeta Amós
vemos a repreensão do Senhor em termos contundentes: “Odeio, desprezo
as vossas festas, e as vossas assembleias solenes não me exalarão bom cheiro. E
ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei
delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos” (Am
5.21,22).
Se a oferta do patriarca Noé
tinha um perfume suave, agradável a Deus, os holocaustos dos judeus
contemporâneos de Amós tinham um mal cheiro que irritava ao Todo Poderoso! Era
um culto sem reflexão e introspecção, já que o holocausto pretendia fazer os
homens perceberem a seriedade do pecado e da culpa, bem como a santidade e a
justiça de Deus, mas eles não estavam atentando para isso.
Aliás, aqui está uma lição
muito importante sobre o holocausto no Antigo Testamento: o sacrifício por si
só não implicava em expiação de pecados, a menos que fosse precedido por um
arrependimento sincero e contrição por haver ofendido a Deus; caso não fosse
acompanhado desse arrependimento, o holocausto longe de expiar pecados, apenas
acrescentava ainda mais pecado, por se estar tratando com leviandade uma oferta
estabelecida por Deus!
Aplicado ao contexto cristão
podemos afirmar seguramente: o sacrifício de Cristo é bom em si mesmo e capaz
de remover nossos pecados e reconciliar-nos com Deus, mas isso não ocorre
incondicionalmente, mas mediante a condição de crermos em Cristo e confessarmos
nossos pecados. Sem esta fé verdadeira, o sacrifício de Cristo não nos trará o
benefício do perdão e da vida eterna.
Deve-se dizer também que
muitos sacrifícios sinceros foram oferecidos a Deus de modo agradável na
história de Israel. Por exemplo, os holocaustos oferecidos por Davi e (2Sm
24.22-25) por Salomão (2Cr 1.6). No caso de Salomão, fica claro como a luz do
sol que os sacrifícios por ele oferecidos só foram recebidos na consagração do
recém-inaugurado templo (2Cr 7.1) porque foram precedidos de uma sincera
oração, confissão e submissão ao Senhor, como se vê na longa oração registrada
no capítulo 6 do segundo livro das Crônicas. Nenhum sacrifício apraz a
Deus, a menos que seja precedido de arrependimento, confissão e fé! Se assim
não for, é mera formalidade, culto da aparência que Deus abomina.
III. JESUS, O HOLOCAUSTO
PERFEITO
3.1)
O cordeiro de Deus
Uma das mais vibrantes
declarações bíblicas sobre a pessoa de Jesus foi feita pelo seu precursor João
Batista: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo
1.29). Não mais um holocausto oferecido pelos patriarcas ou sacerdotes, mas o
cordeiro oferecido pelo próprio Deus, e não mais para afastar a
culpa e a condenação somente, mas para purificar-nos interiormente,
reconciliar-nos com Deus e fazer-nos herdeiros dos céus! Pois somente o seu
sangue é que “nos purifica de todo pecado” (1Jo 1.7).
3.2)
Transferência de
culpa e justiça
Havia um ato especial antes
da degola do animal a ser oferecido no sacrifício do holocausto: o ofertante
deveria impor a mão sobre a cabeça do animal (Lv 1.4), o que representava
transferência de culpa para o animal. Era um ato simbólico por meio do qual o
ofertante se reconhecia um pecador e digno de morte, mas que naquele momento o
animal inocente sofreria a pena em seu lugar a fim de o pecador tornar-se
propício diante de Deus.
Que melhor gesto poderia
tipificar a culpa dos nossos pecados que foi imputada sobre Cristo naquela
horrenda cruz e, ao mesmo tempo, a justiça daquele Inocente que foi imputada
sobre nós? O profeta Isaías ensina-nos que “ele foi ferido pelas nossas
transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz
estava sobre ele, e, pelas suas feridas fomos sarados” (Is 53.5).
Na cruz Cristo recebeu a
nossa culpa; na cruz nós recebemos a justiça de Cristo. Na cruz ele foi feito
pecado por nós; na cruz ele nos fez justiça de Deus. A declaração paulina é
profunda nesse sentido: “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós;
para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21).
3.3)
O último holocausto
O holocausto ou oferta
queimada simbolizava a obediência passiva de Cristo e sua submissão à
penalidade requerida pelo pecado do homem. Além disso, fazia referência à
perfeita obediência de Cristo à lei de Deus, pela qual Ele fez por nós aquilo
que jamais poderíamos fazer. Ele cumpriu “toda a justiça” de Deus (Mt 3.15) e,
por causa disso, pode na cruz exclamar: “Está consumado! ” (Jo
19.30), isto é, tudo está feito por completo.
Mentiroso é qualquer um que
disser que veio para “completar” a obra de Cristo, ou que seu sangue não é
eficaz para salvar pecadores, ou que outros sacrifícios precisam ser feitos
hoje para salvação. Seja anátema tal evangelho mentiroso, que vai além do que
nos foi anunciado pelos apóstolos do Senhor! (Gl 1.8,9).
Jesus
foi o
sacrifício completo, perfeito e irretocável, suficiente para salvação de todos os que se achegarem a ele com fé.
Conclusão: - Manifestemos ao Senhor toda
nossa gratidão por seu imensurável amor e graça manifestos na pessoa bendita de
Jesus. Àquele que como “cordeiro mudo” padeceu os horrores do calvário,
tributemos louvores para sempre, pela salvação que ele nos deu quando na cruz
riscou a cédula de morte que era contrária a nós (Cl 2.14), resgatou-nos do
império da morte (Hb 2.14,15) e nos deu vida eterna! Sim, ao Cordeiro que foi
morto, reviveu e agora vive para sempre (Ap 1.18), louvemos sem cessar.
Sola Gratia! Solus Christus!
____________
Referência
[1] e [2] R.T. Beckwith Novo Dicionário Teológico
(Alexander & Rosner, orgs.), Vida, p. 1141Fonte: https://estudosbiblicos.gospelprime.com.br/jesus-o-holocausto-perfeito/
Pastora da ADMEP
Maria Valda
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