CUMPRINDO AS OBRIGAÇÕES DIANTE DE DEUS
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Professor, José Fábio |
Departamento
de Escola Bíblica Dominical
08
de Dezembro de 2013
Lição 10
CUMPRINDO
AS OBRIGAÇÕES DIANTE DE DEUS
Leitura bíblica em classe: Eclesiastes
5.1-5
Texto Áureo: Eclesiastes 5.4
INTRODUÇÃO: Em todas as esferas da vida temos
responsabilidades. É na família, no trabalho, na faculdade, nas amizades,
enfim; em todos os lugares onde nos relacionamos está o nosso senso de
responsabilidade. Acima de tudo, temos responsabilidades para com o nosso Deus.
A partir do capítulo cinco de Eclesiastes, Salomão versa sobre o estilo de vida
do adorador consciente dos seus direitos e obrigações diante de Deus. Esse
assunto é que, à luz dos atributos divinos revelados nas Escrituras Sagradas –
santidade, transcendência e imanência, buscaremos compreender. Nossas
obrigações estão relacionadas tanto ao ambiente religioso quanto ao universo
criado pelo Eterno.
Objetivos
Conceituar as obrigações de natureza político-social e religiosa.
Explicar as obrigações ante a santidade de Deus (reverência e
obediência).
Compreender as obrigações frente a transcendência e a imanência de Deus.
I. OBRIGAÇÕES E DEVOÇÃO
1) Obrigações de
Natureza Político-Social. Há um dualismo perigoso e antigo no
meio evangélico, que frequentemente promove uma divisão de nossas
responsabilidades no viver diário, dissociando a nossa vida social com suas
responsabilidades, de nossa vida espiritual. Bem sabemos que o cristão tem uma
dupla cidadania, e que ambas responsabilidades são diferentes, que somos
“hebreus”, no sentido mais primitivo da palavra, por nossa peregrinação,
aguardando a nossa verdadeira pátria (Hb 11.13-16). E ao mesmo tempo temos a
certeza de nossa responsabilidade político-social (Rm 13.1-7). Ambas não estão
vinculadas da nossa adoração a Deus, que busca verdadeiros adoradores:
· O
governo civil, assim como tudo mais na vida, está sujeito a Lei de Deus;
· Deus
estabeleceu o estado para ser o agente da justiça, para refrear a iniquidade,
castigando o malfeitor e protegendo os bons elementos da sociedade (vv.3.4;1Pe
2.13-17);
· Quando
o estado exige algo contrário a Palavra de Deus, o cristão deve obedecer a
Deus, mais do que aos homens (At 5.29; Dn 3.16; 6.6-10);
· É
dever de todos os crentes orarem em favor das autoridades legalmente constituídas
(1Tm 2.12).
“Eu digo: observa o mandamento do
rei, e isso em consideração para com o juramento de Deus.” (Ec 8.2).
2) Obrigações de Natureza
Religiosa. Falaremos agora de nossa obrigação
religiosa ou espiritual. A palavra hebraica “shachar” tem o sentido de
“prostrar-se com deferência diante de um superior” (Gn 22.5; Êx 20.5). Nesse
momento lembramos o texto de Ec 5.1, que Salomão fala da obrigação de culto a
Deus no ambiente propício, e adequado para isso, e como estamos na Nova Aliança
e fomos reconciliados com Deus, por meio de Cristo Jesus (Rm 5.19), levamos
essa responsabilidade, para o nosso cotidiano, pois somos Templo do Espírito
Santo (1Co 6.19). Veremos nos próximos tópicos as obrigações que envolvem a
nossa vida espiritual.
II. OBRIGAÇÕES ANTE A
SANTIDADE DE DEUS
1) Reverência. É respeito gerado pelo reconhecimento da importância, honra e
dignidade da pessoa a qual é direcionada. Aquele que reconhece a Santidade de
Deus, é naturalmente reverente. Vamos meditar um pouco:
· “Guarda
o teu pé, quando entrares na Casa de Deus;” (Ec 5.1), Salomão deixa claro que é
tolice entrar diante de Deus sem respeito, tagarelando. Somente um tolo age de
qualquer maneira em todos os ambientes. Devemos ser reverentes a Deus em todo o
momento, mas no ambiente eclesiástico, na congregação, devemos respeitar a
direção do culto.
· Que
nunca venhamos a desmerecer a adoração que ocorre nos locais separados para
reunião dos adoradores, os templos, respeitando a liturgia, e ao mesmo tempo
dando a liberdade ao Espírito Santo, que nos enche a medida que somos servos
uns dos outros, quando juntos louvamos a Deus (Ef 5.18-21).
· Muitos
crentes interpretam errado o texto de Hebreus 10.19, que fala para entrarmos
com ousadia no santuário, por causa do sangue de Cristo, achando que podemos
dar ordens a Deus. Pelo contrário, essa ousadia está vinculada a fé simples e
profundo temor, que reconhece que só pode entrar diante de Deus e ter comunhão
por causa do sangue precioso de Jesus, no qual, como dito antes, fomos reconciliados.
2) Obediência. É fruto da reverência interior, do temor a Deus por sua
Santidade. Obedecer a Palavra de Deus é melhor do que qualquer forma exterior
de adoração, serviço a Deus ou abnegação pessoal. “...e inclina-te mais a ouvir
do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.” (Ec 5.1b).
Como obedeceremos se não soubermos a vontade de Deus? Portanto o primordial é
ouvir, para que obedeçamos.
· Um
exemplo marcante foi a atitude de Saul, que foi seguir o seu próprio conceito
de certo, acima da revelação da Palavra de Deus (1Sm 15.22);
· Atitude
semelhante, será base da apostasia final predita para o período que antecede a
volta de Jesus à terra (Mt 24.11,24; 2Ts 2.9-12; 2Tm 4.3,4).
III.
OBRIGAÇÕES FRENTE A
TRANSCENDÊNCIA DE DEUS
A transcendência é o que ultrapassa o
conhecimento comum, e vai além da
experiência meramente humana.
1) Deus, o Criador. A transcendência é um dos atributos naturais de Deus:
· Ele
é diferente e independente da sua criação (Êx 24.9-18; Is 6.1-3; 40.12-26; 55.8,9);
·
Seu
ser e sua existência são infinitamente maiores e mais elevados do que a ordem
por Ele criada (Is 66.1,2; At 17.24,25);
· Ele
subsiste de modo absolutamente perfeito e puro, muito além daquilo que Ele
criou. Ele mesmo é incriado e existe à parte da criação (1Tm 6.16);
Há um trecho interessante do livro de
Jó que descreve a transcendência de Deus: “Onde estavas tu quando eu
fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência.” (Jó 38.4).
Diante dessa questão fica o adendo de Eclesiastes: “Deus está nos céus, e tu
estas sobre a terra” (Ec 5.2b).
Deus pode humanizar-se, como já o fez
em Cristo (Jo 1.4), mas o homem não pode tornar-se divino.
2) Homem, a Criatura. O homem foi criado por Deus como coroa da Criação. O pecado
tirou o homem da posição de um pouco menor que os anjos, para um pouco melhor
que os demôniose. Mas Deus em seu infinito amor, em Cristo nos trouxe de volta
a comunhão. De tudo que poderíamos citar sobre as nossas obrigações diante da transcendência
do nosso Criador, com base em Jó 38.3a: “Agora cinge os teus lombos
como homem...”.
IV.
OBRIGAÇÕES DIANTE DA IMANÊNCIA
DE DEUS
A imanência, é a qualidade do que
está em si mesmo, não transita a outrem. Diz-se de um ser que se
identifica a outro ser. É o oposto da transcendência.
1)
Deus está próximo. A imanência divina revela-nos um Deus que se
relaciona com a sua criação. A
transcendência de Deus não significa porém, que Ele não possa estar entre o seu
povo como seu Deus (Lv 26.11,12; Ez 37.27; 43.7; 2Co 6.16). Na oração conhecida como “Pai Nosso”,
Jesus apresenta ao mesmo tempo e imanência e a transcendência de Deus (Mt
6.9-13):
· Jesus começa, de maneira implícita, alterando
a ordem, pois antes Deus fora citado primeiramente como Criador, agora é o Pai
nosso, isso é claro, para todo aquele que crê. Isso é imanência (v.9a);
· Em
seguida, Ele diz: “que está nos céus, santificado seja o teu Nome.” (v.9b).
Isso é transcendência;
· “Que
venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu.”
(v.10). Aqui está um grande paradoxo, pois Jesus pede que aquilo que
transcendente se torne imanente.
· Ele
começa com imanência e finaliza a oração com a transcendência, pois apresenta a
intervenção de Deus no nosso viver diário, no pão de cada dia, no perdão e no
livramento do mal, e finaliza declarando, que apesar da imanência Deus continua
transcendente, “...porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre,
Amém! (vv.11-13).
Jesus Cristo é a manifestação plena
da imanência de Deus: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele
será chamado pelo nome de EMANUEL (Deus conosco).” (Mt 1.23). Apesar da Imanência de Deus, Ele
continua Transcendente. Apesar de tão próximo a nós, Ele continua além da nossa
compreensão (Rm 11.33-36). ALELUIA!
2) O Valor das Orações e Votos. Quais seriam as nossas obrigações diante da imanência de
Deus? O capítulo cinco de Eclesiastes narra Salomão falando do culto e como o
Senhor identifica-se com o homem que lhe oferece adoração, seja aprovando-o ou
reprovando (Ec 5.4b). Duas coisas simples nos fazem corresponder a Imanência de
Deus:
· A Oração. Pois é a certeza de que Deus está
atento ao nosso caminhar, que tem zelo de nós. Nos faz cada vez mais nos tornar
mais íntimos, com uma comunhão maior a cada dia (Mt 6.6-8);
· Os
Votos. No Novo Testamento, não encontramos
um preceito específico concernente a essa prática, mas o seu princípio
permanece válido. Pois os votos falam do nosso comprometimento com o Senhor. E
assim como ocorre no casamento, esses votos devem ser renovados, mas sempre
atentando para a vontade de Deus, para oferecermos sacrifício de tolo.
SUPLEMENTO: No livreto de Aiden Wilson Tozer, “Cinco votos para obter poder
espiritual”, (Editora dos Clássicos), são citados votos que seriam
interessantes atentarmos:
1 – Trate seriamente com o pecado;
2 – Não seja dono de Coisa alguma;
3 – Nunca se defenda;
4 – Nunca passe adiante algo que
prejudique alguém;
5 – Nunca aceite qualquer glória.
Que fiquem para nossa meditação!
CONCLUSÃO: Temos
obrigações diante da nossa sociedade e acima de tudo diante da Santidade,
Transcendência e Imanência de Deus. Diante desse Deus Maravilhoso, que nos ama,
nos resta louvar e engrandecer o seu Nome. Segue trecho de um louvor antigo do
período dos pais da igreja: “Acima de todo saber, de todo crer, de toda
razão. Além de toda compreensão, de todo esforço sério, de toda
investigação...Eis que habita em nós, Eis que habita em nós...MISTÉRIO.”
ALELUIA!
Que Deus nos abençoe!
Professor, José Fábio
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