A RESPONSABILIDADE SOCIAL DO CRISTÃO
ADMEP
– ASSEMBLEIA DE DEUS – MINISTÉRIO ESTUDANDO A PALAVRA
EBD - Escola Bíblica Dominical
Departamento
de Educação Cristã
A
RESPONSABILIDADE SOCIAL DO CRISTÃO
01 de Setembro de 2013
TEXTO
ÁUREO
“Tu
crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o creem e estremecem
(...) Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé
sem obras é morta.
(Tiago 2. 19, 26)

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE:
Lv 19.9, 10; 25.35; Êx 22.22, 23; Mt 26.11; Lc 14.13,
14; Tg 2.15,16
Objetivos
Conhecer as orientações que Deus
deu ao Seu povo quanto ao socorro aos necessitados;
Entender que, como crentes em
Cristo, temos o dever de cuidar dos necessitados;
Reconhecer que a Igreja de Cristo tem responsabilidades sociais, mesmo que estas não
sejam sua prioridade.
Palavra Introdutória: Neste
mundo, onde há tanto ricos como pobres, frequentemente os que tem abastança
material tiram proveito dos que nada tem, explorando-os para que os seus lucros
aumentem continuamente (Sl 10.2,9,10; Is 3.14,15; Am 5.12-14). A Palavra de
Deus tem muito a nos dizer sobre a responsabilidade social do cristão. A atividade da Igreja se direciona em dois
sentidos: vertical - adoração,
autoridades espirituais; horizontal
- servir ao próximo, atividades filantrópicas e sociais. Por isso Deus
estabeleceu ministérios na Igreja. Que Deus traga a nossa vida um verdadeiro
avivamento que nos faça amar o próximo em obras não somente em palavras e que
haja verdadeira manifestação de seu Reino (Tg 2.19,26).
I.
AS RESPONSABILIDADES SOCIAIS ESPECÍFICAS
DOS CRISTÃOS
• Responsabilidades Pelos Seus.
1. Prover Para Si Mesmo – o modo apropriado de amar a si
mesmo é prover as necessidades básicas para sua própria existência. A Bíblia
nos mostra a preocupação de Paulo em não ser pesado a ninguém, por isso
trabalhava dia e noite ( 2 Ts 3:7,8). Destarte, uma das coisas mais importantes
que cada homem capaz pode fazer em prol dos outros, é ganhar a sua própria
vida.
2. Provendo Para Sua Família
– Existindo em
sua família aqueles que não são capazes de prover para si mesmos (órfãos,
viúvas, crianças, dependentes) é sua responsabilidade social prover por elas.
(1 Tm 5:8)
3. Provendo Para Seus Irmãos Crentes
– A Bíblia é
clara quanto a responsabilidade social pelos irmãos na fé, ressaltamos aqui a
ênfase de Tiago sobre este aspecto: “Se um irmão ou irmã estiverem carecidos de
roupa, e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre voz lhes disser:
‘ide em paz, aquecei-vos, e fartai-vos’,
sem, contudo, lhe dardes o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?” (Tg
2:15, 16)
• A
Responsabilidade Social Para Com Todos os Homens
1. A Responsabilidade Social
Pelos Pobres – A bíblia
ensina que é moralmente errado explorar os pobres, e moralmente certo ajudar os
pobres. Quer sua necessidade seja o alimento, roupas, ou abrigo, o crente é
moralmente obrigado a ajudar a satisfazê-la.
2. A Responsabilidade Social
às Viúvas e Órfãos – A obrigação que os cristãos tem para com as viúvas e os órfãos
pode ser aplicada, por extensão, a outras pessoas necessitadas tais como as
deficientes, as desabrigadas, e as indefesas. O princípio da responsabilidade
social é que há uma obrigação para ajudar os outros que não podem ajudar a si
mesmos.
3. A Responsabilidade Social
aos Escravos e Oprimidos – numa palavra, a obrigação do cristão aos escravos é ajudar a
liberta-los dos seus opressores, políticos, econômicos, ou de outros tipos.
4. A Responsabilidade Social
aos Soberanos e Governantes – é um dever tríplice: deve obedecer-lhes, honrá-los e pagar
impostos.
5. A Responsabilidade Para
Promover a Paz e a Moralidade – os cristãos estão encarregados com uma responsabilidade especial
diante de todos os homens “antes de tudo,
pois,” escreveu o apostolo, “exorto que se use a pratica de suplicas,
orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens… para que
vivamos uma vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito. O cristão,
pois, deve fazer tudo quanto puder para ser um embaixador da paz na sociedade.
Seja qual for o papel mediador que desempenhar para unir os homens, seja por
intercessão à Deus, seja por negociações com os homens, o cristão deve levar
esta obra adiante.
Podemos aprender sobre as faces da responsabilidade social do cristão,
agora nosso enfoque será no que tange a questão dos pobres necessitados.
II.
A CAUSA DOS POBRES NAS ESCRITURAS
Deus tem
expressado de várias maneiras seu grande zelo pelos pobres, necessitados e
oprimidos.
1. No Antigo Testamento.
O Senhor
instituiu leis específicas por meio de Moisés, para garantir a sobrevivência do
pobre e do necessitado (Lv 23.6; Dt 15.1-4,11).
Seguem as leis referentes ao amparo aos pobres e necessitados:
• Alimento Para o Pobre – A lei da respiga: durante a estação da colheita, os grãos que
caíssem deviam ser deixados no chão para que os pobres o recolhessem (Lv 19.10;
Dt 24.19-21);
• Amparo ao Pobre – cancelamento das dívidas depois de sete anos (Dt 15.1-6),
referente ao empréstimo (Dt 5.7-11); o ano do jubileu (a cada cinquenta anos),
ocorria a devolução das propriedades que foram penhoradas na dívida (Lv
25.8-55), o amparo ao que ficasse pobre (Lv 25.35,36);
• A Causa dos Órfãos e das Viúvas – Deus mostra o quanto se importa
com os oprimidos (Dt 24.17,19; 26.12,13; Dt 27.19).
Num período
em que Lei de Deus era abandonada, e os líderes do povo estavam desviados, Deus
levantou os profetas, que foram usados poderosamente pelo Espírito de Deus,
afim de denunciar o pecado e egocentrismo imperante que trazia grande
sofrimento aos pobres. Em consequência de tais ações, o Senhor proferiu palavras
severas de juízo contra os ricos:
•
A omissão a
causa do órfão e da viúva, Deus vingará (Is 1.21-25);
•
Ajuntar
riquezas ilícitas (Jr 17.11; Mq 2.1-5);
• Maltratar e
tirar vantagens dos pobres, Deus trará juízo (Am 2.7, 4.1-3, 8.4-7);
•
Oprimir os
pobres e necessitados atrai a ira do Senhor (Zc 7.8-14).
Aprendemos
com tudo isso, que a Lei de Deus dá amparo ao pobre e o necessitado, exigindo
de seu povo a responsabilidade social.
2.
No Novo Testamento: - JESUS
Nos dias de
Jesus, havia muita pobreza na Terra. Em muitos lares, havia fome (Lc 6.21).
Vejamos, então, o posicionamento do Mestre diante deste cenário:
•
Jesus Confronta os Ricos – Ele condenava duramente os que se apegavam
às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25;
12.16-20; 16.13-15,19-31). As riquezas são, na perspectiva de Jesus, um
obstáculo, tanto a salvação como ao discipulado (Mt 19.24; 13.22).
• Jesus Identifica-se Com os Pobres – Boa parte do ministério de
Jesus foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos
oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos, ninguém mais se importava a não
ser Jesus (Lc 4.18,19; 21.1-4; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; 17.11-19). Jesus era alguém
próximo ao povo, e se identificava com o pobre, era humilde e simples e não
queria que os pobres fossem desprezados pelos seus discípulos. Era o Messias
prometido, mas não convenceu os judeus, pois veio como servo sofredor (Is 53)
• Jesus Considera as Viúvas – As viúvas faziam parte dos necessitados da época de Jesus. As
mulheres eram maltratadas, principalmente se fossem viúvas. Ele teve compaixão
da viúva cujo o filho estava sendo levado para sepultura (Lc 7.11-16). Percebeu
a verdadeira adoração na simples oferta de outra mulher viúva (Lc 21.1-4) e
também denunciou os abusos dos escribas nas casas das viúvas (Mc 12.38-40).
• O Reino de Deus e a Sua Justiça - O Senhor corrigiu algumas
distorções vigentes, ensinando que a prática da caridade devia ser humilde,
desinteressada e motivada pelo amor (Mt 5.7; 6.1-4; 7.12). No conhecido “Sermão do Monte”, denunciou um
ídolo que dividia facilmente o coração das pessoas, e até hoje é assim, que era
a riqueza ou dinheiro, em hebraico “mamom” (Mt 6.19-24). Em seguida orienta a
não andarmos ansiosos pois Deus cuida de cada um (Mt 6.25-32) e ensina qual
deve ser a nossa prioridade: “Mas, buscai primeiro o Reino de Deus e a sua
justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6.33). O Reino de
Deus e a sua justiça significam também, não buscar apenas o nosso próprio
interesse, mas sim entender que todo ser humano é digno do mínimo de
subsistência necessária e que a verdadeira prosperidade envolve o bem estar
coletivo e não apenas individual (Fp 2.4) (Ubuntu - “Como um pode ser feliz se
os demais estiverem tristes?”).
3.
No Novo Testamento: Os
Primeiros Cristãos.
Na mente das
primeiras gerações de cristãos ficou a imagem de Jesus como alguém que passou
pelo mundo fazendo o bem (At 10.38). O ensino apostólico colocou a beneficência
no centro da vida cristã – a misericórdia ou benignidade é um dos dons
espirituais e um fruto do Espírito (Rm 12.8; Gl 5.22); deve-se fazer o bem a
todos, a começar dos irmãos (Gl 6.9-10); a solidariedade deve ir além das meras
palavras, para manifestar-se em ações concretas (Tg 2.15-16; 1 Jo 3.17-18).
• A Hospitalidade: No texto de Hebreus 13.2, faz alusão as passagens de Gêneses
18.1-8; 19.1-22. Sem a hospitalidade dos lares cristãos, a divulgação da fé
teria sido mais difícil.
• A Instauração do Diaconato: O diaconato testifica sobre a
importância desse aspecto da vida cristã e do ministério da igreja. Nasce da
necessidade de a igreja de Jerusalém cuidar da mesa das viúvas (At 6.1-6). É
portanto, um ministério muito honroso diante de Deus e suas exigências
espirituais, não são diferentes das dos bispos.
• Os Irmãos da Judeia: O apóstolo Paulo e a igreja
primitiva demonstravam profunda solicitude pelos necessitados. Bem cedo, Paulo
e barnabé, representando a igreja em Antioquia da Síria, levaram a Jerusalém
uma oferta aos irmãos carentes da Judéia (At 11.28-30). O apóstolo Paulo via a
necessidade de unir as igrejas gentias com a de Jerusalém. Os gentios ainda
eram vistos com suspeitas por causa dos costumes judaicos. Essa oferta era um
gesto espontâneo baseado no amor fraternal, e com isso levava os gentios a
reconhecerem sua dívida espiritual com Jerusalém.
• O Apóstolo Paulo Tinha Grande Estima ao Ato de Contribuir: Ensinava as igrejas na Galácia e
em Corinto a contribuir para esta causa (1Co 16.1-4). Foi também exaustivo
nesse tema com os Coríntios, por não agirem como esperado (2Co caps. 8;9).
III. DISPOSIÇÃO PARA O
CUMPRIMENTO DO DEVER
É fácil
tratar de tais temas apenas com palavras encorajadoras e bonitas, mas o que
Deus tem procurado são pessoas dispostas a cumprir o dever. São atitudes que
demandam gastos, altruísmo, abnegação e coragem. Agora vejamos o que é
necessário para tais atitudes:
1. A Empatia. É a
capacidade de compreender o sentimento ou reação da outra pessoa imaginando-se
nas mesmas circunstâncias. Jesus era transbordante nesse aspecto, algumas vezes
encontramos nas Escrituras a palavra compaixão, e quando
associada a Jesus é muito mais marcante:
• Teve
compaixão da multidão, por serem como ovelhas sem pastor (Mt 9.36; Mc 6.34);
•
Por causa
das enfermidades (Mt 14.14);
•
Por causa de
não terem o que comer (Mt 15.32);
•
Por causa
dos cegos (Mt 20.34);
•
Por causa do
leproso (Mc 1.41);
•
Por causa da
viúva (Lc 7.12,13).
Deus é compassivo,
bondoso e sofre com os necessitados (Sl 86.15)
2. A Ação Individual e Coletiva. Aquilo que podemos fazer
individualmente que façamos, pois que tem o amor de Deus não fica apático e
inerte diante das situações que demandam ação (1Jo 3.17,18). O que vai além das
nossas forças, devemos pedir ajuda para atender a necessidade (At 11.29,30).
3. A Ação Fora dos Muros. Os três pontos do sermão de John
Wesley sobre O Uso do Dinheiro, baseado em Lucas 16.9, são: “Ganhe tudo o que
puder, economize tudo o que puder para que, assim, você possa dar tudo o que
puder.”
• Tiago, em
sua teologia prática, diz que a verdadeira religião é atender aos necessitados
(Tg 1.27) e também que Deus escolheu os que são pobres, para a salvação (2.5).
Orienta que de nada aproveita despedir vazio um irmão necessitado (2.15-17).
•
Paulo exorta
os ricos a dar e repartir (1 Tm 6.18).
• Quando
contribuímos, demonstramos despojamento dos bens terrenos,como Zaqueu (Mt
6.19,20; Lc 19.8).
•
A Bíblia diz que não devemos negligenciar a ação
social (Hb 13.16).
• Entre os
dons do Espírito Santo está o de contribuir (com a obra de Deus e com os
pobres) (Rm 12.8).
A visão da Igreja de Cristo deve ser a de ajudar
a todos, dando especial atenção aos domésticos da fé (Gl 6.10).
IV.
ESTABELECENDO UM PONTO DE EQUILÍBRIO
Precisamos
considerar que todo o empenho do salvo em relação aos necessitados reflete o
amor de Cristo em sua vida (Mt 25.31,36-40), mas esta não é a razão primeira da
fé cristã. Sua vocação primeira está em fazer Cristo conhecido (Mc 16.14-16).
1.
Precauções Necessárias.
Na maioria
das vezes, no ímpeto de ajudar, acabamos sendo ingênuos e agindo de maneira
imprudente. A regulamentação da ação social é muito importante para que não
ocorram abusos. Um exemplo bíblico é o caso das viúvas em Éfeso, conforme
orientou o apóstolo Paulo a Timóteo (1Tm 5.3-12). Deve haver uma supervisão
para que os legitimamente necessitados sejam atendidos e não haja abusa da
parte dos que apenas querem se aproveitar da bondade alheia.
2.
Como Julgar os Casos. Devemos reunir equilibradamente
dois instintos no que concerne a maneira de agir para com as pessoas e suas
necessidades (Mt 10.16). Principalmente devemos confiar na voz de Deus em nosso
espírito. Segue um método simples para que possamos ajudar os necessitados:
• Ajudando os Outros a Ajudarem a Si Mesmos;
• Ajudando os Outros a Não danificar a Si
Mesmos;
• Ajudando os Seus a Ajudar aos Outros.
3.
As Bênçãos Para Quem se
Compadece e Ajuda os Pobres.
As ações de Cornélio foram
registradas diante de Deus (At 10.4). Jesus disse que “mais bem-aventurado é dar do que receber” (At
20.35; Lc 6:38). Aquele que contribui com os necessitados:
• Será abençoado em sua pessoa (Sl
41.1).
• Será abençoado em seu nome (Sl
112.5-6).
• Será abençoado em sua prosperidade
(Pv 11.25).
•
Será
abençoado em sua posteridade (Sl 37.26).
•
Será
abençoado com vida longa (Sl 41.1-2).
•
Será
abençoado no porvir (Ap 14.13).
CONCLUSÃO: Existem muitos nomes não somente
na Bíblia de pessoas que dedicaram suas vidas a ajudar aos pobres e
necessitados. Não devemos ficar apenas admirando quem fez ou faz algo. Devemos
assumir a nossa responsabilidade social e não inventarmos desculpas para não
fazer. Muitos cristãos declaram que “boas
obras não salvam”, mas será que estão de fato salvo aqueles que não fazem
nada, que vivem apenas para o seu egocentrismo? Que Deus tenha misericórdia de
nós!
Professor; José Fábio
joseofabio@gmail.com
E-mail: igreja.admep@gmail.com
ADMEP
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