A FAMÍLIA E A SEXUALIDADE - I
A FAMÍLIA E A
SEXUALIDADE - I
A EDUCAÇÃO SEXUAL E
A MORAL RELATIVISTA
Lição 9

“E criou Deus o homem à sua
imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27).
Há uma deseducação sexual de caráter relativista imposta aos alunos, em
todos os níveis, em escolas públicas e particulares. No século passado e,
principalmente, no século atual, o mundo tem se tornado “sexo-cêntrico”. A
partir da visão freudiana, tudo, na vida, tem motivação sexual. Certamente,
essa é uma visão materialista e reducionista do que significa a sexualidade
humana. O sexo foi criado por Deus com propósitos elevados, saudáveis e
benéficos para o ser humano.
No entanto, desde a Queda, o sexo e a sexualidade têm sido deturpados de
modo irresponsável. No tempo presente, na era da pós-modernidade, há uma
exacerbada valorização da sexualidade, que ultrapassa tudo o que se poderia
esperar de um ser racional. Homens e mulheres comportam-se de maneira
liberalista e, às vezes, até de maneira animalesca, no exercício da
sexualidade.
Neste estudo, pretendemos abordar uma análise objetiva do tema, sem a
pretensão de esgotá-lo, tomando por base os princípios éticos, emanados da
palavra de Deus. Esses princípios são bem definidos, em todos os aspectos. Com
relação à sexualidade, a Bíblia tem normas, regras e ensinos, que são
considerados como verdadeiros artigos de fé, e merecem ser respeitados por
todos aqueles que dão valor à Palavra de Deus. Em termos de ética, de moral e
de conduta, Deus é um Deus de santidade. Diz a Bíblia: “mas, como é santo
aquele que vos chamou sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver”
(1 Pe 1.15).
E um desafio enorme para o cristão ser santo “em toda a maneira de
viver”. Ser santo é ser separado do pecado, do mundo que “jaz no maligno” e
viver de acordo com os princípios imutáveis ditados por Jesus Cristo. Esses
princípios assumem caráter absoluto. Jesus disse, certa vez: “Quem não é comigo
é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha” (Mt 12.30). Jesus não admite
meio termo. Ou se está do seu lado ou contra ele. Ou se ajunta com ele, ou se
espalha sem ele. Em termos éticos, não há lugar para o relativismo no meio
cristão.
O que significa essa inversão de valores tão acentuada, que domina a
mentalidade do homem pós-moderno? Não é nenhuma novidade. O profeta Isaías,
séculos antes de Cristo, já reverberava: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao
bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo
doce, e do doce, amargo!” (Is 5.20). Era a antevisão do relativismo exacerbado,
que haveria de dominar a mente dos homens sem Deus. O que é errado aos olhos de
Deus é visto como certo. O que Deus considera virtude, o mundo materialista
considerada retrocesso.
I. CONCEITOS IMPORTANTES
1. O Que é Sexo
De acordo com o dicionário, sexo é a “Conformação particular que
distingue o macho da fêmea, nos animais e nos vegetais, atribuindo-lhes um
papel determinado na geração e conferindo-lhes certas características
distintivas” (grifo nosso).1 Pode ser entendido no sentido figurado,
confundindo-se com sensualidade ou sexualidade, no sentido mais amplo; também
pode significar “os órgãos genitais externos”, na linguagem mais comum.
À luz da Bíblia, sexo são as características internas e externas, que
identificam e diferenciam o homem da mulher, ou, do “macho e da fêmea”, como
diz dicionário. Diz a palavra de Deus: “E criou Deus o homem à sua imagem; à
imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Deus fez “o homem”
(ser humano), de modo bem claro, com a conformação heterossexual.
2. O Que é Sexualidade
Numa definição do léxico, lemos que sexualidade é: “1. Qualidade do
sexual. 2. O conjunto dos fenômenos da vida sexual”.2 A visão moderna de
sexualidade insere-se no contexto do relativismo e do hedonismo. Num artigo, na
web, lemos: “O termo “sexualidade” nos remete a um universo onde tudo é relativo,
pessoal e muitas vez é paradoxal.
Pode-se dizer que é o traço mais íntimo do ser humano e, como tal, se manifesta
diferentemente em cada indivíduo de acordo com a realidade e as experiências
vivenciadas pelo mesmo”.3
II. A MORAL SEXUAL NA BÍBLIA
1. O Princípio da Heterossexualidade
1. O Princípio da Heterossexualidade
O texto bíblico do Gênesis nos informa sobre a criação do ser humano que
o Criador projetou, em sua mente divina, um ser para governar a Terra, com
estrutura mental e física, que se complementasse com outro, de sexo oposto (Gn
1.26,27).
E interessante como Satanás engana as pessoas, fazendo-as acreditar que
a homossexualidade é algo normal, que não afronta a vontade de Deus. Nas
paradas gays os ativistas e promotores desses eventos que defendem o que Deus
condena, usam até a Palavra de Deus como argumento para justificar sua conduta
imoral. Se Deus quisesse a união entre um homem e outro homem, ou entre uma
mulher e outra mulher, em sua soberania, teria criado dois seres do mesmo sexo
e os unido, inclusive para a procriação por alguma forma, por ele planejada.
Mas não o fez. Fez um “macho” e uma “fêmea”, ambos portadores da “imago dei”,
ou imagem de Deus.
2. O Primeiro Casamento
Foi único em sua organização, em sua natureza, e no seu ambiente. Após a
criação de Eva, Deus despertou Adão de seu sono anestésico, e apresentou-lhe
aquela que seria a sua companheira, na jornada da vida (Gn 2.22-24). No
primeiro casamento, não vemos a menor ideia que sugira nem de longe a homo afetividade,
ou a homossexualidade. Deus “formou uma mulher” da costela de Adão; este, após
contemplar a beleza de sua companheira, disse: “esta será chamada varoa”. No
texto, vemos Deus prevendo a união, “uma só carne”, após o homem sair de seu
lar, da companhia de “seu pai” e de “sua mãe”.
O casamento monogâmico foi o desiderato de Deus. A bigamia e a poligamia
não estavam em seus planos. Ele as permitiu por razões que não são explicadas
na Bíblia. Pode-se entender que, por causa do pecado, haveria necessidade de
apressar o povoamento da terra, ou por outros motivos, fruto de sua
longanimidade. E essa monogamia só foi determinada para a união legítima, legal
e santificada, entre homem e mulher. Jamais Deus admitiria uma “união estável”,
homossexual, pois a esse tipo de união Ele considera, tanto no Antigo quanto no
Novo Testamento, como arranjo pecaminoso do mais alto nível, passível de sua
condenação.
III.
O VALOR DA PUREZA SEXUAL
No mundo relativista, a moral é elástica. Não há limites para as
práticas pecaminosas. Em primeiro lugar, porque esse mundo é materialista.
Jesus disse que “o mundo jaz no maligno”. A maioria das pessoas não crê em
Deus, Criador e Legislador do Universo. Em segundo lugar, porque, não crendo
nEle, não consideram sua palavra como regra de fé ou de conduta. Nesse
contexto, a moral está sujeita às mudanças de valores que ocorrem ao sabor dos
acontecimentos, das políticas, dos usos e dos costumes sociais. Na cultura
relativista, não há lugar para retidão, pureza ou castidade em matéria de sexo.
Tudo vale desde que alguém entenda que é certo. Na Palavra de Deus, no entanto,
os valores morais são muito diferentes.
1. O Valor da Virgindade no Antigo Testamento
O texto de Salmos 119.9-11 é fundamental para a vida do jovem, servo de
Deus, em todos os tempos. No Antigo Testamento, a moral era tão rígida, em
termos de pureza sexual que, se uma jovem praticasse sexo antes do casamento
seria morta. Sua sentença era a pena capital.
Fornicação era o mesmo que prostituição (Dt 22.20, 21). Na cultura
patriarcal, o homem tinha privilégios que não eram desfrutados pela mulher. A
moça que fornicava era morta. O homem que fornicasse tinha que casar com a moça
(Dt 22.28,29).
Até os lençóis, manchados de sangue, na primeira relação sexual, na “lua
de mel”, eram valorizados. Se algum homem acusasse uma moça, em Israel,
difamando-a, com acusação de não ter sido encontrada virgem, e isso fosse
apurado, o difamador seria condenado a pagar pesada multa e ainda ter que
continuar casado com a moça (Dt 22.13-19). Um sacerdote não podia casar com
mulher repudiada ou prostituta. Tinha que casar com uma moça virgem (Lv
21.14).
2. A Importância da Virgindade no Novo Testamento
Alguém poderia dizer, sem pensar bem, ou por desconhecimento da Bíblia,
que a moral, no Novo Testamento, é menos rígida que na antiga aliança. Seria
ledo engano. Jesus Cristo não só cumpriu tudo o que estava previsto na Lei,
como trouxe uma forma mais profunda e abrangente, em termos de cumprimento dos
preceitos legais. Ele deixou de lado o formalismo e o legalismo, que
valorizavam apenas os atos exteriores do comportamento, e se fixou na origem
dos pecados, que nascem do interior do ser, do coração, ou da mente corrompida
do homem (Mt 15.19). Para Jesus, a pureza tem que ser interior, tem que partir
de dentro do coração e aparecer no exterior, como “luz do mundo” (Mt 5.14).
Daí, porque ele considera adultério, não só o ato sexual entre pessoas não
casadas, mas até mesmo o pensamento lascivo (Mt 5.28).
Na parábola das Dez Virgens, vemos o Senhor Jesus alertando para a vigilância,
quanto à sua vinda, e tomando como exemplo uma cerimônia de casamento de seu
tempo, no Oriente. As testemunhas dos noivos teriam que ser virgens. Em Mateus
25, vemos que ele se refere a “dez virgens”, das quais cinco eram prudentes e
cinco eram loucas, insensatas ou imprudentes. O noivo haveria de chegar para o
momento especial, com sua noiva, e as damas de honra só poderiam entrar para as
bodas se estivessem devidamente preparadas. Se as testemunhas tinham que ser
virgens, a noiva também teria de sê-lo. Os costumes do AT estavam em pleno
vigor, na época de Jesus.
Doutrinando aos coríntios, sobre a fidelidade que os cristãos devem ter
a Cristo, Paulo faz alusão ao valor da virgindade no casamento, ao dizer:
“Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para
vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2 Co 11.2
— grifo nosso). Assim se expressava o apóstolo, pois essa era a visão que ele
tinha, no seu dia a dia. Um homem deveria casar-se com uma virgem.
3. A Virgindade nos Dias Presentes
A igreja cristã deve valorizar a virgindade e preservar os costumes
emanados da Palavra de Deus, e de modo bem mais consistente do que os preceitos
do Antigo Testamento. Naquele contexto, só quem deveria manter-se virgem
era a moça. Em Cristo, é diferente. Ele não faz acepção de pessoas. Se a moça
deve ser virgem, o rapaz, também. Fomos questionados se um pastor poderia fazer
cerimônia de casamento, numa igreja evangélica, se a noiva não fosse mais
virgem. Imediatamente, indagamos: E o noivo? Se ele não for mais virgem? O
pastor deve realizar a cerimônia? Por que exigir a virgindade apenas da noiva?
O interlocutor ficou calado. E respondemos: Se exigimos a virgindade da jovem,
devemos exigi-la do noivo. Do contrário, seremos vistos por Deus como
hipócritas e discriminadores.
Devem-se ter alguns cuidados quanto a esse assunto. Há casos em que
adolescentes ou moças jovens vêm para a igreja, oriundas da vida mundana, ou de
religiões não cristãs, e não são virgens, assim como rapazes na mesma situação.
Eles devem ser recebidos como novas criaturas, e participarem de todas as
atividades da igreja, pelo fato de terem-se convertido à fé cristã. Diz Paulo:
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já
passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17).
Outro aspecto importante é a natureza da virgindade em si. Há quem só se
preocupe com a virgindade anatômica, aquela em que a moça não é mais virgem
pelo fato de ter tido o rompimento do hímen. Mas existem jovens que continuam
intactas, anatomicamente, mas não têm mais a virgindade moral. Praticam atos
sexuais aparentes, sem penetração, e toda a sorte de carícias ilícitas para uma
jovem ou para um jovem cristão. São pessoas que estão fornicando, mas entendem
que são virgens. Diante de Deus, a virgindade tem que ser, antes de tudo,
espiritual. Depois, precisa ser real, tanto física como moralmente.
IV. A PEDOFILIA
A palavra é enganosamente perigosa em si mesma. Etimologicamente, vem do
grego, de. paidos (criança) ephilos (amigo),
o que deveria significar “amizade a crianças”. O pedófilo seria um “amigo de
crianças”.
Mas, na prática, a pedofilia é um dos mais terríveis crimes que alguém
pode cometer contra um ser humano. A Organização de Saúde define pedofilia como
sendo “a ocorrência de práticas sexuais entre um indivíduo maior de 16 anos com
uma criança na pré-puberdade. A psicanálise encara a pedofilia como uma
perversão sexual”. 4
O pedófilo é uma pessoa de personalidade fraca. Um derrotado em sua
psique, que tem medo da resistência de um parceiro de sua idade ou de seu porte
físico. Se ele ataca meninos, é porque têm medo procurar homens adultos; se
ataca meninas, é porque têm medo de se relacionar com mulheres jovens ou
adultas, temendo o poder delas sobre sua condição de indivíduo que desmoraliza
a si mesmo. Trata-se de parafilia, ou um distúrbio psíquico, que leva o
indivíduo a práticas sexuais perversas contra crianças indefesas ou
vulneráveis.
Pedofilia é a prática de sexo com crianças. E uma demonstração de
fraqueza moral de pessoas que têm medo de se relacionar com pessoas adultas, e
passam a buscar satisfação sexual com crianças, numa atitude criminosa,
prevista como crime na maioria das legislações no mundo. São pessoas portadoras
de distúrbios psicológicos, que têm prazer criminoso de divulgar fotos de
crianças, com as quais chegam a praticar sexo, ou simplesmente fotos de
crianças despidas, para alimentar o desejo mórbido de sua fraqueza moral e
mental. Infelizmente, a Internet tem sido grandemente aproveitada para essas
atitudes criminosas. Esse é um fenômeno acentuado pela pós-modernidade.
Em países dos chamados primeiro mundo, há propostas vergonhosas para a
legalização da pedofilia. Em 2006, foi proposta a criação do “Partido dos Pedófilos”.
“Pedófilos holandeses estão lançando um partido político para pressionar por
uma diminuição na idade legal para se manter relações sexuais no país, de
dezesseis anos para doze anos. Eles também querem a legalização da pornografia
infantil e do sexo com animais. O partido Caridade, Liberdade e Diversidade
(NVD, na sigla em holandês) disse, em sua página na Internet, que seria
oficialmente registrado na quarta-feira, prometendo: “Vamos sacudir Haia!”. A
legenda quer diminuir a idade legal para relações sexuais para os doze anos e,
eventualmente, derrubar completamente o limite”.5
Percebe-se que, no Brasil, o projeto do Novo Código Penal preconiza, de
igual modo, a diminuição da idade legal para se manter relações sexuais, de
dezesseis para doze anos. Imagine-se uma criança de 12 anos, muitas das quais
não têm a idade mental correspondente à idade cronológica, fazendo sexo com
adultos. Certamente, é um incentivo à pedofilia no País. São homens assim, que
usam seus conhecimentos ditos científicos, que se colocam, consciente ou
inconscientemente como verdadeiros agentes a serviço do diabo.
Segundo a Wikipédia, o famigerado partido foi oficialmente criado em 31
de maio de 2006.6 “O Partido Caridade, Liberdade e Diversidade (NVD, na sigla
em holandês) não teve dificuldade para se instalar. Um tribunal de Haia assim
se pronunciou: “não pode ser proibido, já que tem o mesmo direito de existir
que qualquer outro grupo”.7 Quando a Lei é usada como instrumento da maldade
humana, não se pode esperar que haja ética ou respeito a qualquer
princípio.
O ensaio da perversa ideia chegou a ser muito bem entendido pelos
ilustres juristas holandeses: “Um tribunal de Haia chumbou, ontem, um
requerimento que pretendia que a Justiça holandesa proibisse um grupo criado
por três pedófilos de fundarem um partido político. “A liberdade de expressão,
incluindo a liberdade de se criar um partido político, é visto como a base de
uma sociedade democrática”, afirmou o juiz HFM Hofhuis num acórdão citado pela
Associated Press e onde diz que o PNVD, iniciais que traduzem Amor Fraternal,
Liberdade e Diversidade, “não cometeu nenhum crime”.8
Essa vergonhosa ideia, de origem diabólica, foi derrotada, visto que o
parlamento holandês não aprovou sua implantação. E, após sua aprovação, a
agremiação não teve os votos necessários para participar das eleições. Foi
dissolvido em 2010. Mas os interessados nessa monstruosidade não se dão por
vencidos. Eles continuam lutando por vê-la vigar, naquele país liberalista da
Europa.
No início de 2010, o mundo foi mais uma vez abalado com as notícias
constrangedoras de que altos líderes católicos, na Europa, e no Brasil,
envolveram-se com pedofilia. Nos Estados Unidos, segundo notícias, houve mais
de 14.000 casos de abuso sexual de crianças por parte de padres e bispos
católicos. Também há muitos casos de pastores, que são acusados de práticas de
pedofilia. Os cristãos devem denunciar às autoridades esse tipo de site. Diz a
palavra de Deus que devemos levar as crianças a Cristo, e não ao crime. “Mas
Jesus, chamando-as para si, disse: Deixai vir a mim os pequeninos e não os
impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus” (Lc 18.16).
Segundo pesquisas, “Em aproximadamente 25% dos casos, o pedófilo foi uma
criança molestada. O erotismo infantil está ligado à trajetória da humanidade.
Em aproximadamente 450 culturas tradicionais, a idade perfeita para contrair
matrimônio está entre 12 e 15 anos. Fisiologicamente, quanto mais jovem for à
mulher, maiores são as chances de ocorrer uma fecundação bem sucedida.
De acordo com psicólogos, especialistas em agressão infantil, de
Michigan, nos Estados Unidos, cerca de 80% dos casos de abuso sexual de
crianças acontecem na intimidade do lar: pais, padrastos e tios são os
principais agressores”.9 Esses dados são comuns à maioria dos países. No
Brasil, as vítimas da pedofilia são abusadas por pais, padrastos, parentes, ou
vizinhos. Isso é uma das piores facetas da perversão do homem caído, longe de
Deus e dominado pelo pecado. As crianças são consideradas, na Bíblia, em alto
grau de respeito, afeto e proteção. Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou que as
crianças devem ter o respeito e a consideração de seus discípulos. Quando
alguns pais levaram suas crianças para perto de Jesus, os discípulos
aborreceram-se com seu barulho o algazarra e sugeriram que eles deveriam ser
mandados embora.
A atitude de Jesus diz tudo o que ele pensa sobre as crianças: “Jesus,
porém, vendo isso, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir os pequeninos a mim e
não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus. Em verdade vos digo que
qualquer que não receber o Reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma
entrará nele. E tomando-as nos seus braços e impondo-lhes as mãos, as abençoou”
(Mc 10.14-16). E terrível quando se sabe que sacerdotes, pastores ou líderes
religiosos abusam da boa fé dos pais, e, principalmente da vulnerabilidade de
crianças, para delas abusarem, em função de suas perversões. A condenação
desses será maior no juízo de Deus.
Os pais cristãos devem educar seus filhos, prevenindo-os contra os
assédios de criminosos, em escolas, na vizinhança, no próprio lar, fora ou
dentro das igrejas. Devem ser presentes em todos os momentos da vida dos
filhos. Procurando saber o que se passa na escola e em outros lugares. Quem são
seus amigos. Observar-se um filho apresenta comportamento estranho, sem querer
ir para a escola; se apresenta medo ou desconforto, diante de algum adulto;
jamais deixar seus filhos a sós, em casa para que não sejam vítimas de parentes
ou vizinhos pedófilos. Os filhos são “herança do Senhor, e o fruto do ventre o
seu galardão” (SI 127.3).
Recentemente, uma criança de quatro anos desapareceu, em meio a uma
reunião, em uma grande igreja evangélica. Os pais ficaram aflitos, e a criança
só apareceu, por misericórdia de Deus, viva e sã, dias depois. Foram dias de
angústia e desespero. A mãe deixou a filha à vontade durante o culto. Isso é
atitude perigosa. As crianças pequeninas devem estar junto aos pais, no culto,
ou em atividade apropriada, na igreja local, sob a responsabilidade de pessoas
adultas, credenciadas para essa missão.
V.
A SANTIDADE DO ESPÍRITO, DA ALMA E DO CORPO
Neste aspecto, temos em vista a santidade integral do ser humano, como
requisito indispensável para a comunhão com Deus, no mistério da salvação, bem
como para sua ida aos céus, no término de sua existência terrena. Alguns
conceitos são necessários para o entendimento desse tópico, com vistas à
moralidade que se baseia na Bíblia Sagrada.
1. O Que é Ser Santo
A etimologia da palavra santo nos mostra que ela vem do latim, sanctu,
que, originalmente, queria dizer aquele ou aquilo que “era estabelecido segundo
a lei”', passando a ter o significado daquilo ou daquele “que se tornou
sagrado”. A palavra “santo” tem sua aplicação mais elevada e original em Deus:
“Não há santo como o Senhor” (1 Sm 2.2). Isaías contemplou a santidade de Deus,
exclamando: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos...” (Is 6.3).
A igreja Católica mistificou o sentido da palavra, só considerando santo
o indivíduo canonizado, pela vida de sofrimento, pela realização de algum
milagre, etc. Biblicamente, a palavra santo quer dizer aquele que, em tudo na
vida, é consagrado para Deus (Ver 1 Pe 1.15). O Novo Testamento refere-se a
santos em vida, servindo ao Senhor, em diversos lugares (Fp 4.21,22; Rm 15.25;
16.2; 1 Co 16.1; Hb 6.10; 13.24).
O cristão tem que ser santo em casa, na rua, no trabalho, na igreja, no
namoro, no noivado, no casamento, no relacionamento sexual e em todos os
aspectos da vida.
2. A Santidade
Santidade é um estado de espírito, a qualidade daquele que é santo. A
santidade permeia todas as páginas da Bíblia, de Gênesis a Apocalipse. E uma
das mensagens principais, transmitidas por Deus a seus filhos (1 Cr 23.13; SI
29.2; SI 93.5). Se entendemos que santidade quer dizer separação do que é
sagrado daquilo que é profano, precisamos zelar por tudo o que ocorre no âmbito
do ambiente da igreja local, seja na pregação, no púlpito; seja na adoração, na
liturgia, no louvor, nos usos e costumes, na vida moral e social da parcela do
rebanho de Deus que nos foi confiada. Na Antiga Aliança, o crente comum não
podia chegar ao Lugar Santo e muito menos ao Lúgar Santo dos Santos.
3. A Santificação
Enquanto a santidade é um estado, a santificação é um processo. E
processo pelo qual uma pessoa torna-se santa, e persevera em santidade. Essa
santificação, na vida do salvo, tem três estágios. Primeiro, vem a santificação
inicial, quando ele aceita a Cristo. Segundo, vem a santificação progressiva,
contínua, diária, até à morte, ou à vinda de Jesus. Em terceiro lugar, a
santificação final, que equivale à glorificação, que só ocorrerá, na
ressurreição dos salvos, ou no seu arrebatamento.
No Novo Testamento, é enfatizada a santificação, mais do que a
santidade. Sem santificação ninguém verá a Deus (Hb 12.14). Enquanto a
santidade é um estado a ser buscado, a santificação é a prática da separação, o
meio para a consagração a Deus. O servo de Deus, incumbido da liderança de sua
igreja precisa ser homem separado do mal, do pecado, do mundo, para exercer sua
sublime missão de levar almas a Cristo, pela mensagem do evangelho. O membro ou
congregado precisa ter a consciência da santificação. Alguém, sem fundamento
bíblico, ensina que Deus não se importa com o que o casal pratica, em termos de
sexo. Mas a palavra de Deus exige santificação em tudo.
4. A Santificação
Exige Consagração
No Novo Testamento, a palavra “santo”, no grego, é hagios, com sentido
semelhante ao da língua hebraica; o termo grego hagiasmós denota separação
daquilo que pertence à esfera sagrada, das coisas profanas. No que respeita à
sexualidade, o cristão deve ser santo, assim como em todas as áreas da vida.
Diz Pedro: “...mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos
em toda a vossa maneira de viver” (1 Pe 1.15). Ser santo em tudo exige que a
santificação seja levada a efeito de modo diuturno, contínuo, sistemático, em
todas as áreas da vida.
5. A Santificação tem que ser Integral
Com sua estrutura tricotômica, formada pelo espírito, a alma e o corpo,
o ser humano precisa de santificação plena. Diz Paulo: “E o mesmo Deus de paz
vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam
plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo” (1 Ts 5.23). O “homem interior”, formado pelo espírito e pela alma,
constituí a parte imaterial, intangível, que se relaciona com Deus, no plano
espiritual. O corpo é o que se chama de “homem exterior”, que é o corpo físico.
No que tange à moral da Bíblia, a sexualidade tem que se subordinar a
princípios elevados e sublimes. O corpo é templo do Espírito Santo e
propriedade de Deus (cf. 1 Co 6.19,20).9 Pedofilia.
http://www.brasilescola.com/sociologia/pedofilia.htm. Acesso em
27/06/2012.
1 Dicionário Aurélio, p. 1296.
2 Dicionário Aurélio, p. 1297.
3 O que é sexualidade. Cíntia Fávero. Disponível em
http://www.infoescola.com/sexualidade/oque-e-sexualidade/. Acesso em
11/05/2012.
4 Pedofilia. http://www.brasilescola.com/sociologia/pedofilia.htm.
Acesso em 27/06/2012.
5 Disponível em:
http://noticias.terra.com.br/popular/intema/0„OI1027786-EI1141,00.html. Acesso
em 29/09/2012.
6 Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_da_Caridade,_da_Liberdade_e_da_Diversidade.
Acesso em 29/09/2012.
7 Disponível em: http://ipco.org.br/home/noticias/. Acesso em
29/09/2012.
8 Disponível em:
http://www.jn.pt/paginainicial/intcrior.aspx?eontent_id=560634. Acesso em
29/09/2012.

FONTE
Formar uma família e mantê-la com
princípios e valores cristãos é um desafio na pós- modernidade. Para obter
sucesso, não só é preciso conhecer o que a Bíblia diz, mas como também colocar
seus ensinamentos em prática. Desse modo, as contaminações do mundo sobre a
família cristã podem ser identificadas e refutadas. Proteja sua família!
Livro de apoio a lição bíblica do 2º
trimestre de 2013.
Créditos: à http://www.renatobromochenkel.com.br
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