RESPEITE E DÊ VALOR AS EMOÇÕES DO SEU FILHO
“E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores” (Lc 7.13)
Como vai a
saúde emocional do seu filho (filha)? Vamos
começar refletindo sobre três razões por que os pais devem se preocupar em
criar um filho (a) emocionalmente saudável:
1)
Nossas emoções determinam a qualidade
e o significado da nossa vida.
2)
Nossas emoções influenciam cada parte
da nossa vida.
3) Nossas
emoções ajudam-nos a definir nossos valores.
Portanto,
podemos afirmar que o sucesso ou o fracasso na vida depende do nosso estado
emocional.
Os pais
devem lembrar-se de que o sentimento está sempre vinculado ao valor que damos
às coisas ou às pessoas. Aquilo que para os pais não significa muito, para o
filho pode ter um valor especial. Por exemplo, uma paquera, um amigo, um animal
de estimação, uma bicicleta, um tênis, uma camiseta, um brinquedo, um passeio
que não deu certo, tudo isso pode ter muito valor para um filho. Os pais que
exercem sua missão com essa consciência nunca brincam com as lágrimas do filho.
Já vi meninos e meninas chorando intensamente pela morte de um cachorro que foi
atropelado; outros, por causa de um tênis que sumiu; e outros, por causa de uma
pipa que escapou da linha e foi levada pelo vento. Como os pais devem reagir
diante das lágrimas do filho que chora por algo que, na concepção do adulto,
pode ser “banal”? Nunca obriguem os seus filhos a reprimir suas emoções,
“engolindo” o choro e menosprezando seus sentimentos. Desqualificar as emoções
de um filho pode provocar um trauma, fazendo com que ele se feche e nunca mais
demonstre seus sentimentos. Essa é uma das causas por que muitos adultos têm
dificuldade de expressar suas emoções. Você respeita os sentimentos do seu
filho?
Quando a
minha filha Letícia tinha quatorze anos, ela me disse: “Pai, eu gosto de um
jovem membro da igreja e ele quer vir falar com o senhor”. Como pai, eu nunca
havia passado por aquela experiência, até porque eu só tenho uma filha e dois
filhos. Eu poderia ter reagido assim: “Você não tem o que fazer? Será que você
não percebe que ainda é uma criança? Ainda está com gosto de leite materno na
boca? Já que é assim, eu não quero vê-la conversando com esse rapaz em lugar
nenhum, porque se eu pegá-los vou arrebentar os dois. E saia daqui. Você
estragou o meu dia”. Pais que reagem assim quase sempre “perdem” a filha,
provocando a ira e gerando no coração dela um tipo de raiz de amargura.
Lembre-se, respeito gera respeito.
Apesar de
achar muito estranho o que estava acontecendo, pois eu pensava que minha filha
iria se preocupar com isso só depois de se formar na faculdade, e diante de
tudo o que ouvi, pedi à Letícia que se sentasse, fechei a porta do escritório e
passei para ela todas as lições de um seminário que eu ministro para os
adolescentes nas igrejas. Depois de mostrar para ela que não era interessante
envolver-se em um namoro sendo ela ainda tão nova, que aquele era um tempo para
ser investido nos estudos e para construir bons relacionamentos, pensei: “Acho
que consegui convencê-la a mudar de ideia”. Mas quando eu terminei, ela olhou
para mim com os olhos lagrimejando e disse: “Pai, ele pode vir falar com o
senhor hoje à tarde?” A verdade é que, quando uma adolescente está apaixonada,
ela não consegue pensar em outra coisa a não ser no “amor-paixão”.
Procurei
lidar com aquela situação da forma mais sensata e prudente possível para que
ninguém saísse machucado. Hoje minha filha tem vinte e dois anos, não se casou
com aquele jovem, dedica-se aos estudos e continua servindo a Jesus e tem a
mim, seu pai, como seu grande amigo. Respeitar as emoções do filho é
fundamental para construir confiança a fim de que ele se abra para ouvir o que
os pais precisam dizer. Nenhum filho ouve, de forma responsável, um pai que não
sabe respeitar suas emoções. Como você tem reagido às emoções do seu filho?
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