LIVRO DE OBADIAS
536 ou 845 a. C.
A Reconciliação é Essencial ao Arrependimento
O orgulho é um terrível meio de se apostar no
futuro. O pequeno livro de Obadias trata da maior batalha do mundo: os
resultados, em longo prazo, de um coração não reconciliado com Deus e com o próximo.
A nação de Esaú – Edom – nunca superou suas profundas feridas de rejeição. A vingança
alimentou o fogo quando os edomitas apoiaram os babilônios em seu ataque contra
Judá, os filhos de seu irmão ancestral Jacó. Os edomitas seguiram o inimigo na
cidade saqueada, levaram tudo o que havia sobrado e, a fim de levar ao
conquistador os que tinham fugido, até os perseguiram (v. 8 – 14).
O preço que Abraão pagou por não esperar o
filho da promessa está sendo pago, ainda nos dias de hoje, com sangue. Orgulho ferido
e ofensas antigas nunca são sanadas com políticas e promessas de que possíveis providencias
serão tomadas. De fato, a amargura não tem limites e, inclusive, é mais difícil
vencer um irmão ofendido do que uma cidade forte.
A reconciliação é uma das tarefas mais difíceis
do universo. Os céus são obras dos dedos de Deus, e a terra, de Suas mãos, mas
foi necessário o poder de Seu forte braço direito para trazer salvação. Portanto,
é preciso mais poder para salvar um
homem do que para construir os mundos, e a cruz de Cristo é essa resposta de
maior custo para a dor na história humana.
O verdadeiro avivamento sempre resulta em
reconciliação. O Senhor tem lidado com muitos muros e obstáculos que construímos
ao longo do tempo e da história: barreiras étnicas, religiosas e relacionais. Nossa
história, desde o jardim do Éden e da torre de Babel, está baseada na divisão
em virtude do orgulho – irmão contra irmão, homem contra homem, homem contra
mulher, homem contra a natureza, separações quanto à língua, à economia e às
posições. Todas essas cisões são fraturas do relacionamento quebrado entre a
humanidade e o Altíssimo. Nações ainda odeiam nações pelo que, milênios atrás,
seus ancestrais fizeram, e nada, a não ser a misericórdia de Deus, poderá curar
a dor dessas pessoas. O chão ao pé da cruz é plano, e a visitação divina tem um
meio de nivelar todas as desigualdades.
Há sempre a tentação de fazermos a justiça com
nossas próprias mãos, as quais normalmente estão contaminadas com nossas
desigualdades e expectativas totalmente falsas. Porém, quando brincamos de
Deus, acabamos queimando-nos. Você não tem como tentar definir o valor a ser
pago por sua própria amargura, buscando e apoiando o julgamento daqueles que o
ofenderam. Por que perguntar se isso é justo? Ninguém disse que, em um mundo caído,
os fatos seriam justo. A vida nunca é justa na guerra, e, sem dúvida, estamos
em um combate que, certamente, jamais será vencido com nossas próprias armas. Então,
deixe para lá! Entregue seu problema nas mãos de Deus; abra mão de seu direito à
vingança. Somente Cristo pode carregar o pecado da humanidade e, ainda assim,
viver; apenas Ele tem a graça e a glória para levar a verdadeira justiça à
determinada situação. Com o poder de um coração perdoador, quebre esse ciclo
repetido por séculos.
[Bíblia de Estudo – Despertamento ESPIRITUAL.
– pág. 1251]
Comentários