O CRISTÃO E A Política
ADMEP - ASSEMBLEIA
DE DEUS MINISTÉRIO ESTUDANDO A PALAVRA
LIÇÃO 11: O CRISTÃO
E A POLÍTICA
DATA: 15/09/2013
ALUNOS: POR: JOSE MAURO E
SANDRA
O CRISTÃO E A POLÍTICA
Desde o nascimento da igreja cristã, estas questões
têm sido debatidas vez após vez: Qual é o papel do cristão na política? Pode um
membro ou a própria igreja envolver-se em política? Como deviam se relacionar
com o governo e com as autoridades políticas?
Alguns adventistas do sétimo dia acham que a igreja
não desempenha nenhum papel político, e o cristão individual, no máximo, uma
parte minúscula. Esta opinião funda-se sobre o conceito de que o reino de
Cristo não é deste mundo. Outros adventistas insistem que tanto indivíduos como
a igreja têm responsabilidades sociopolíticas incontestáveis para melhorar as
condições de vida. Alguns cristãos vão mais longe e pretendem que a tarefa
principal do cristianismo é trabalhar para criar uma ordem política cristã que
resulte no estabelecimento do reino de Deus na Terra. Entre uma e outra, há todo
uma gama de opiniões.
O Exemplo de Cristo
Jesus raramente mencionou o tipo de sociedade
política à qual Seus discípulos deviam aspirar. Ele não pretendeu ser um
reformador sociopolítico. Ele não enunciou nenhuma plataforma política. As
tentações no deserto tinham uma dimensão claramente política e Ele as resistiu.
Embora Ele tivesse mais de uma oportunidade para apoderar-Se do governo da
sociedade por uma espécie de golpe de estado (ex.: o alimentar a multidão e a
entrada triunfal em Jerusalém), Ele não escolheu esta opção.
Ao mesmo tempo, os ensinos de Jesus não podiam
deixar de ter uma influência sociopolítica ao serem observados pela comunidade
cristã. Ele ofereceu boas novas aos pobres, liberdade para os oprimidos e vida
abundante (João 10:10). Portanto, os adventistas, seguindo o exemplo de
cristãos através dos séculos, precisam reconhecer sua responsabilidade social.
Os pioneiros adventistas pregavam não só o evangelho de salvação individual,
mas também se preocupavam com alcoólatras, escravos, mulheres oprimidas e as
necessidades educacionais de crianças e jovens.
A Base Bíblica de Responsabilidade Sociopolítica
A responsabilidade sociopolítica cristã baseia-se
sobre dois fundamentos bíblicos. Primeiro, a doutrina da Criação. Deus
criou ex nihilo o Universo e nos designou como os mordomos
deste mundo. Mordomia implica tanto em responsabilidade como prestação de
contas pelo domínio sobre o qual tem jurisdição.
Segundo, a doutrina do homem. Os seres humanos são
criados à imagem de Deus. Os parâmetros da responsabilidade humana de servir
jazem dentro deste conceito bíblico da natureza humana. A visão cristã é que
homens e mulheres não são uma espuma sobre o mar da vida, mas pessoas com um
papel responsável a desempenhar e com um futuro promissor. O potencial humano
confere propósito, direção e otimismo a cristãos a serviço de outros num
contexto comunitário.
Assim, o cristianismo não é uma religião de
individualismo isolado ou de introversão; é uma religião de comunidade. Os dons
e as virtudes cristãs têm implicações sociais. Devoção a Jesus Cristo significa
devoção a todos os filhos de Deus, e devoção gera responsabilidade pelo
bem-estar de outros.
O Dilema de uma Dupla Cidadania
Cristãos sinceros confrontam o dilema de uma dupla
cidadania. De um lado eles pertencem ao reino de Deus, e do outro, a sua terra
natal. São parte da “nova humanidade” e vivem no meio da “velha humanidade”. Há
aqui um conflito inerente? Precisa a juventude adventista do sétimo dia
escolher uma cidadania e renunciar à outra? Não há dúvida de que ocasionalmente
possa haver conflito quando as exigências ou deveres de uma cidadania colidem
com os da outra. Em tais casos as Escrituras são claras: “Antes importa
obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).
Não obstante, o reino de Deus não se encontra
isolado deste mundo; “está entre vós” (Lucas 17:21). Em outras palavras, o
reino de Deus é uma esfera, um comprometimento, uma atitude e um modo de vida e
pensar que permeia a toda nossa existência e que dá um sentido especial à
cidadania nacional. É a soberania de Deus invadindo o viver humano.
Nada Fazer é Ação Política
A organização política da sociedade é a provisão
divina para a humanidade caída. Deus não pede que as pessoas corretas se
distanciem do processo político de governo e deixem o controle sociopolítico e
econômico nas mãos dos “malfeitores”. Os cristãos devem ser o sal e a luz do
mundo social, e portanto não podem simplesmente se afastar do processo
político. Com efeito, tal abdicação é em si mesma uma ação política que abre o
caminho para o controle político para aqueles que não apoiam valores cristãos.
“Nada fazer” é uma receita certa para o pecado ficar senhor da situação. Os
adventistas têm tanto o direito como o dever de usar a cidadania terrestre para
manter a igreja livre para cumprir seu mandato divino e ajudar como indivíduos
a atender às necessidades sociais gritantes.
Deveres de Cidadania Política
Os adventistas do sétimo dia confrontam pelo menos
quatro deveres da cidadania política.
Primeiro, o dever de orar a favor dos
que exercem autoridade governamental. Precisamos orar por auxílio divino para
resolver alguns dos problemas sociopolíticos que afetam negativamente a vida
humana e a proclamação do evangelho. As orações e súplicas dos fiéis ascendem muito
mais alto do que as declarações e ações políticas que enchem montanhas de papel
reciclável.
Segundo, o dever de votar e de fazer
petições às autoridades no poder. Os adventistas devem votar mesmo quando a
escolha seja entre o menor de dois males. Em conexão com isto, a obtenção do
título de eleitor é o primeiro passo.
Terceiro, o dever de educar-se e informar-se. Os adventistas,
não menos que outros cidadãos, devem instruir-se continuamente quanto a
questões que afetam a vida presente e futura. Ignorância política não aumenta a
felicidade espiritual.
Quarto, o dever de candidatar-se e ocupar cargos
públicos.
Os adventistas têm este direito constitucional. Há também designação para
cargos governamentais que não envolvem campanha eleitoral. Ellen White afirma
que não há nada errado na aspiração de “sentar em conselhos deliberativos e
legislativos e ajudar votar leis para a nação”.1Contudo, ela aconselha que
ministros e professores empregados pela igreja se abstenham de atividades
políticas partidárias.2 A razão que ela dá é bem clara: política
partidária pode criar divisões. Um pastor poderia facilmente dividir uma
congregação e enfraquecer grandemente sua habilidade de servir como pastor de
todo o rebanho, tomando partido.
Perigo de Envolvimento Político
Tendo salientado a responsabilidade e privilégios
da cidadania, torna-se necessário advertir contra o perigo de envolvimento
político tanto do indivíduo como da igreja. Os adventistas, como outros
cristãos, podem ser enganados por César. Sucesso na política envolve
compromisso, exaltação própria, ocultar fraquezas e desempenhar papéis
partidários. Às vezes torna-se necessário aceitar expedientes que não se
enquadram com as melhores convicções morais. A política é um patrão exigente e
absorvente. Os políticos cristãos caminham sobre uma corda bamba. Devem evitar
contaminar-se com a qualidade irônica e absorvente do ativismo político que
pode rebaixar seus esforços a um nível em que Deus parece não envolver-Se nos
assuntos humanos.
Há um perigo crescente de as igrejas se envolverem
em política. Isto leva à interpretação da fé e do evangelho cristãos em termos
de valores políticos. O interesse em muitas igrejas parece ter-se transferido
da moralidade individual à moralidade social. O resultado é que, em certos
segmentos da sociedade eclesiástica, ideias seculares começam a moldar os
valores cristãos de modo a haver pouca diferença entre o secular e o sagrado. É
triste constatar que amiúde as atitudes de cristãos são as mesmas da sociedade
em geral.
Envolvimento Circunspecto da Igreja
O que acabamos de dizer aponta à necessidade de um
envolvimento político judicioso. Uma igreja mundial, com milhares de
instituições, dez milhões de membros adultos e muitos interessados, não pode
evitar contato com o Estado e o envolvimento político. Não somente pessoas, mas
também organizações eclesiásticas, têm direitos e responsabilidades. A igreja
tem o direito de intervir no caso de legislação ou ações regulatórias, tanto
positivas como negativas, que afetem a missão da igreja.
A igreja não deve jamais (e jamais é um termo
forte) identificar-se com um partido político particular ou com um sistema
político. Uma identificação tal pode de início trazer um privilégio temporário
rápido, mas inevitavelmente arrastará a igreja pela rampa descendente que leva
a uma paralisia de sua ação evangelística e profética. Em suma, “a igreja deve
ser a igreja”, e não uma agência social. Sua iniciativa mais prometedora para
mudar a sociedade é transformar indivíduos, gente. Os adventistas do sétimo dia
cumprem, numa estrada de mão dupla a missão de Deus no mundo: evangelismo e
serviço.
Por: Por: Jose Mauro e
Sandra
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