O CRISTÃO E AS FINANÇAS
ADMEP:
Assembleia de Deus – Ministério Estudando a Palavra
Departamento de
Educação Cristã
22 de Setembro de 2013
Lição
12
O CRISTÃO E AS FINANÇAS
Leitura bíblica em classe: 1Tm
6.6-12, 17-19
Introdução: - A nossa maneira de lidar com algumas coisas na vida
revelam nosso coração. De maneira impressionante, coisas simples revelam nossas
crises e as trevas interiores. O Novo Testamento dedica 215 versículos para
abordar o tema da fé, 218 para tratar de salvação, e 2.084 a respeito de
dinheiro, comprovando que é um tema de grande importância na Bíblia. A
nossa relação com o dinheiro revela, infelizmente, como realmente somos. Quando falamos de finanças sempre
somos confrontados a pensar em como estamos agindo nesse aspecto
importantíssimo da ética e mordomia cristã. Nesta lição, daremos maior ênfase às orientações bíblicas referentes ao
uso adequado do dinheiro.
Objetivos:
Compreender: - Que o
dinheiro é uma das maiores forças que há no mundo; mas este não pode vencer o
homem;
Reconhecer: - Que o sustento deve ser adquirido pela constância no trabalho;
Entender: - Que o dinheiro
deve ser usado com cuidado e prudência.
I.
DEUS É O DONO DE TUDO - (1 Cr 29.9-14).
Deus é o dono de todas as coisas, pois tudo foi criado
por intermédio de suas mãos. Após o ato voluntário do povo de Israel para a
obra do Templo, Davi louva de todo o coração ao Senhor e declara: “Porque tudo vem de ti, a da tua mão te
damos”.
1. O Dinheiro no Antigo Testamento. - Percebemos que no AT, a riqueza era um paradigma da
benção de Deus. Na narrativa bíblica, encontramos vários personagens dotados de
grandes posses materiais. Vejamos alguns exemplos no Antigo Testamento:
• Abraão. No Oriente Antigo, somente aqueles que possuíssem
bens eram respeitados. Dessa forma, Deus fez dele um homem rico (Gn 13.2).
• Salomão. Foi um dos homens mais ricos que já existiu (1Rs
3.7-13). No entanto no fim da vida, depois de ter juntado e adquirido tantas
coisas, chega à conclusão de que tudo é vaidade (Ec 12.8).
• Jó. Era próspero (Jó 1.1-22), no entanto aprendemos
infinitamente mais com suas perdas do que com suas posses (Jó 19.25-27).
2. O Dinheiro no Novo Testamento. - Os
judeus nos tempos de Jesus enfrentavam necessidades materiais (Lc 6.20,21).
Havia um padecimento econômico, pois o povo estava debaixo do jugo Romano. Os
cobradores de impostos oprimiam o povo. O Evangelho do Reino, quebrou o
paradigma de que a benção de Deus estava apenas sobre os ricos.
• Jesus declarou que onde
estiver o nosso tesouro aí estará o nosso coração (Mt 6.21), e que Deus cuida
de nossas necessidades, mesmo que muitas vezes não tenhamos em abundância. Se
todos repartirmos de nada teremos falta e a benção de Deus estará conosco.
• O apóstolo Paulo - previne os crentes com relação aos danos que o amor às
riquezas podem trazer para a vida espiritual (1 Tm 6.10).
II.
O DINHEIRO E SEUS
MÚLTIPLOS ENCADEAMENTOS
O
trabalho foi instituído por Deus, para que o homem sustentasse a própria vida
na Terra (Gn 3.19). Entretanto o sistema imperante nesse mundo, impõe o
indivíduo necessidades além do alimento, da bebida e do vestuário (Mt
6.25). Além das necessidades básicas,
buscamos também conforto e segurança. É preciso refletir sobre os múltiplos
encadeamentos do dinheiro na pós-modernidade.
1. Esforço e Recompensa. - Alguns na vida tem uma ventura diferente dos demais
por utilizarem jogos de azar, ou serem esportistas, artistas etc. Mas a maior
parte tem que trabalhar muito para viver (1Ts.11,12). Desfrutar da recompensa
do trabalho é um dom de Deus (Ec 3.9-13), portanto entendamos que é necessário
trabalhar para que se desfrute de seus frutos.
2. Acomodação e Desânimo. - O Senhor nos ensina o contentamento e nunca a
acomodação. Muitas pessoas se sentem frustradas e desanimam por diversos
motivos. Ao desanimado Ele ordena o ânimo (Js 1.6,7; Mt 9.2).
3. Benção e Maldição. O dinheiro
pode ser uma benção quando adquirido de forma honesta e quando bem empregado,
não sendo esbanjador e nem avarento. O dinheiro é maldição quando se torna um
“deus”. Jesus adverte que não podemos servir a Deus e a Mamon (Mt 6.24). Poucas
coisas têm o potencial de substituir Deus como o dinheiro. O dinheiro é o maior
ídolo potencial. Há ricos para quem o
dinheiro é apenas dinheiro, e pobres para quem o dinheiro é Mamon. Depende da
maneira como cada pessoa, rica ou pobre, se relaciona com o dinheiro, e do
papel que o dinheiro desempenha em sua vida. Como saber quando o dinheiro virou
Mamon (Mt 6.19-34; Lc 12.13-21)?
a) Perde os limites do que é
justo e legítimo, e começa a acreditar que pode tudo, desrespeita posses e
direitos dos outros; pratica o ilícito para ganhar dinheiro (Is 61.8; Jr 17.11;
Mq 2.1-5);
b) Perde pessoas para ficar
com dinheiro em vez de perder dinheiro para ficar com pessoas (Lc 18.22);
c) Precisa consumir para sentir alguma coisa significativa, acredita que os vazios da alma podem ser preenchidos apenas com coisas e experiências que o dinheiro pode comprar (Lc 12.15);
d) Adota a cultura do
descartável, e vive de substituições e acúmulo de coisas, experiências e até
mesmo pessoas e relacionamentos;
e) Deriva sua identidade de
suas posses, precisa de coisas e de grifes para sentir que tem valor;
f) Quando em nome da
aparência e da imagem você perde sua autenticidade, anda na moda e segue
tendências ditadas por terceiros, você é o que os outros dizem que você deve
ser, você não sabe o que quer, o que de fato gosta, o que realmente pensa (Rm
12.1,2);
g) Cultiva o sonho da
ociosidade, o desejo de ter dinheiro suficiente para parar de trabalhar,
considera o trabalho um mal necessário, trabalha apenas para ganhar dinheiro, e
acha que trabalho é coisa de pobre (Lc 12.18-20; 2Ts 3.10);
h) Prioriza seu bem estar
acima de todos os demais compromissos da vida e em detrimento de todas as
pessoas com quem convive; acredita que o dinheiro é o caminho para uma vida de
prazer permanente, e que garante a possibilidade de viver sem qualquer
preocupação;
i) Se considera onipotente e
se torna prepotente, ou, acreditando que o dinheiro tudo pode, se torna
absolutamente incapaz de lidar com o fracasso e a frustração;
j) Não é capaz de conviver
com necessidades não satisfeitas e desejos não atendidos, acredita que o
dinheiro pode resolver tudo de imediato, como se tudo estivesse à venda na
esquina;
k) Gasta mais do que ganha,
e confunde cheque especial e crédito pré aprovado com receita (Pv 22.7); tem um
padrão de vida que exige sacrifícios exagerados, trabalha demais, mas não por
necessidade; Convive com a sensação de que “tudo não é o bastante” (Mt 13.22);
l) É desorganizado, não faz
contas, não controla as finanças e vive se endividando;
m) Não é capaz de distinguir preço e valor;
n) É egoísta, avarento, não
reparte, não empresta, não compartilha, retém tudo apenas para si; não reparte
seus bens com os pobres e necessitados; não tem a prática da generosidade e da
solidariedade como estilo de vida (Tg 2.14-17);
o) Não se incomoda com a
realidade da desigualdade social, nem se compromete com as causas da justiça (Is
1.21-25).
Só o Senhor possui
a chave do sentido da vida, até mesmo para os atos cotidianos de alimentar-se,
beber e receber o salário pelos serviços prestados. Sem Ele, o propósito, a
satisfação e a alegria verdadeira são, em última análise, ilusórios e nos faz cair
na idolatria.
III.
O ADEQUADO USO DO
DINHEIRO
1. Priorizar o Dono de
Todas as Coisas. A prioridade do crente
deve estar no Reino de Deus, onde está a sua fonte de bênçãos (Mt 6.33).
Priorizamos o Senhor com as nossas finanças:
a) Nos dízimos e ofertas
para manutenção da casa de Deus (Ml 3.8-10);
b) Nas ofertas para os
missionários (Fp 4.10-19);
c) Na ajuda aos necessitados
(1Co 16.1; 2Co 9.7; 8.1-4)
2. Avaliar as Necessidades. Assim como Jesus ensinou, devemos planejar. Há três
passos para a tomada de decisões ou ações no planejamento (Lc 14.28-30):
a) “Se assenta” (v.28) – O nosso cotidiano é corrido, ultimamente aproveitamos
18 horas do dia, raramente paramos. Assentar-se tem o sentido de parar e
prestar atenção principalmente em Deus é aquietar o coração.
b) “Fazer as contas” (v.28) – É identificar os nossos recursos, levar em conta as
“nossas armas”, o que possuímos.
c) “Para ver se tem com que acabar” (v.28) – Em aquietar-se e levar em conta o que temos passamos a
ter uma visão dos possíveis resultados, pois isso nos faz olhar para o futuro
sem ansiedade, mas com esperança.
Jesus declara
que o indisciplinado é motivo de vergonha e será zombado (vv.29,30).
3. Não Contrair Dívidas. Muitos entram em dívidas por diversos motivos, e
geralmente pelos mais fúteis possíveis. A ninguém devais coisa alguma, a não
ser o amor (Rm 13.8).
4. Economizar. Economia é contabilizar os recursos para empregá-los
da melhor maneira possível. É administração da escassez. Com relação às
finanças, para evitarmos gastos desnecessários, devemos usar uma tabela de
consumo mensal, para administrarmos a nossa renda e não cairmos nas dívidas.
Últimas Orientações: Vida simples
no Evangelho - (1Tm 6.6-12).
§ Entender que o fruto da piedade não é o enriquecimento
a priori, sim o contentamento e gratidão para com Deus (v.6)
§ Compreender que as verdadeiras riquezas são eternas e
não levaremos nada desse mundo (v.7);
§ Devemos nos contentar com o que temos, satisfeitos e
gratos a Deus pelas nossas necessidades serem atendidas (v.8);
§ Evitar a busca desenfreada pelas riquezas, o amor ao
dinheiro, pois isso desvia da fé (v.10);
§ Convém ao homem de Deus que fuja dessas coisas, seguindo as verdadeiras riquezas, que
são aparentemente invisíveis (v.11; Mt 6.33):
§ Justiça: - que é correto diante
de Deus;
§ Piedade: - O genuíno temor a Deus
que torna a santidade prática;
§ Fé: - É a certeza em Deus,
independente do que se vê e sente;
§ Amor: - Destrói a barganha e nos
livra do egoísmo;
§ Paciência: - É a perseverança no
Senhor em meio a dificuldades;
§ Mansidão: - É o fruto da submissão.
§ Se tivermos algo a empregar nossas energias, que seja na batalha
da fé,tendo em vista e tomando posse da maior riqueza que é a Vida Eterna com
o Nosso Senhor Jesus Cristo (v.12).
Conclusão: Como você tem lidado com
o dinheiro: ele é seu dono ou seu servo? Seu coração confia na provisão ou no
provedor? Você é honesto no trato com o dinheiro? Você tem alguma coisa em suas
mãos que não lhe pertence? Os bens que você tem foram ganhados licitamente?
Você tem usado seus bens para ajudar outras pessoas, ou você tem acumulado
apenas para o seu deleite e conforto? Que Deus nos abençoe!
Professor, J. Fábio
Você é Nosso Convidado!
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