DISCIPLINA! QUEM PRECISA DISSO?

(Francis Szarejko)


“A autodisciplina tem um papel essencial no nosso crescimento espiritual, na nossa saúde física e no nosso vigor intelectual.”

Você quer melhorar sua vida? Quer superar aqueles velhos hábitos e fraquezas que sempre parecem puxá-lo para baixo? Quer experimentar a satisfação de realizar aquilo que Deus quer que Você realize? Muitos de nós responderíamos com um sonoro sim! Contudo geralmente emperramos quando a situação exige autodisciplina.

Muitos dos problemas individuais e sociais que existem hoje são decorrentes ou sofrem influência da falta de disciplina pessoal. A obesidade e as doenças que a acompanham são, em geral, resultantes de hábitos alimentares desordenados. A licenciosidade sexual pode ser o primeiro passo em direção a um aborto. Os gastos desenfreados e a irresponsabilidade financeira causam problemas na família e contribuem para a deterioração dela.

Muitas vezes falhamos na caminhada de obediência consistente com Deus por falta de autodisciplina. Paulo adverte os filipenses de que a falta dela pode levar-nos à perdição. Diz ele: “Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o que deus deles é o ventre, e a glória deles estão na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas.” (Fp 3.18,19).

Se estivermos vivendo em pecado, precisamos ver como podemos resolver o problema aplicando a autodisciplina, para que não nos tornemos inimigos da cruz de Cristo. Embora a falta da disciplina em si não seja pecado, se devido a ela não estivermos cooperando para o avanço do reino de Deus, precisamos tomar algumas providências para corrigir esse estado de coisas.

O Supremo Propósito da Disciplina

O apóstolo Paulo dá a seguinte orientação: “... exercita-te, pessoalmente, na piedade. Pois o exercício físico para pouco é proveitosos, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser”. (I Tm 4.7, 8).

Aí está implícito que a santidade e a disciplina andam de mãos dadas. Quando esta é praticada adequadamente torna-se uma porta aberta para a santidade. É verdade que por siso a disciplina não nos conforma à imagem de Cristo. Contudo, quando nos submetermos a Deus, ele pode operar em nós por meio dela.

Um erro sério que podemos cometer é apreciar a disciplina como um fim em si mesma ou vê-la como evidência de santidade. Ninguém pode mudar a si mesmo, ainda que se instrua exaustivamente nas coisas espirituais. A vida cristã é resultado de uma parceria entre o homem e Deus. A nossa parte é a prática da disciplina. Exercitando-a, colocamo-nos diante do Senhor para que ele opere em nós as mudanças de atitudes, temperamento e personalidade que se fizeram necessárias. Disciplinando-nos, estamos plantando em nossa vida sementes de crescimento, amadurecimento e santidade. Mas só Deus pode fazê-la frutificar.

O Fruto Imediato

Todavia, já de imediato, a disciplina nos traz alguns proveitos. Leva-nos a atentar as práticas que consideramos importantes e devotar-nos a elas.

Em minha experiência pessoal, vejo isso em relação aos meus escritos. Há dias em que tenho muitas atividades mais simples, e nos quais preciso exercitar muita disciplina para me sentar e escrever. Às vezes o Senhor me concede inspiração e idéias, mas as páginas não se escrevem sozinhas. É então que tenho de disciplinar-me para realizar o que me compete nessa área.

Amigo leitor, o que você considera importante? Que área de sua vida gostaria de melhorar? A forma para conseguir isso é disciplinar-se diariamente.

Ademais a disciplina se torna um instrumento para realizarmos aquilo que Deus quer de nós. Se quisermos, por exemplo, crescer no conhecimento de Deus e aprender a testemunhar do Evangelho com mais eficiência, precisamos orar e estudar a Palavra. Se nos limitarmos a fazê-lo apenas esporadicamente, não obteremos os efeitos desejados. Assim como um pianista precisa treinar várias horas por dia para se tornar um bom concertista, também nós precisamos separar um momento certo para orar e estudar as Escrituras se quiser melhorar nossa compreensão das coisas espirituais e desenvolver as habilidades de que necessitamos.

A disciplina nos ajuda ainda a controlar nossa natureza rebelde e submetê-la ao Espírito Santo. De manhã, minha carne comanda:

“Quero dormir!”

Mas pela disciplina eu digo: “NÃO”. Estou aprendendo a valorizar mais a prática de levantar cedo pra orar e fazer ginásticas do que a de ficar na cama.

Como a autodisciplina contribui para termos mais sucesso em tudo, ela serve também para melhorar nossa autoimagem. Satanás quer que fracassemos e nos consideremos uns fracassos. Persistindo na disciplina, vamo-nos aprimorando e anulamos esse ataque dele.

Por último, da mesma forma como um atleta faz levantamento de peso de acordo com um planejamento bem elaborado para fortalecer a musculatura, assim também pela disciplina nós vamos fortalecendo os aspectos mais fracos de nossa personalidade, tornando-nos capacitados para enfrentar provações e tentações. Há homens, por exemplo, que não passam muito tempo em companhia dos filhos e um dia, em ocasiões críticas, descobrem, apavorados, que eles não o conhecem bem. É a disciplina que nos leva a separar um momento certo para conversar e brincar com eles. Assim formamos um relacionamento sólido que não se abala nem mesmo diante das tempestades desta vida.

Onde Aplicar a Disciplina?

São muitas as áreas em que precisamos aplicar disciplinas. A primeira é nossa vida espiritual. Todos devemos nos exercitar para orar, jejuar, meditar na Palavra e praticar o serviço cristão.

Além disso, precisamos também cultivar bons relacionamentos com outros crentes. Embora desejemos de fato amar uns aos outros por vezes nos irritamos, nos magoamos, ficamos ressentidos com os irmãos em diversos tipos de situação. No livro de Provérbios, há um verso que diz: “Como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio.” (25.28).

Como podemos adquirir domínio próprio em relação às nossas emoções, por exemplo? Uma sugestão seria transformar em hábito a velha fórmula de contarmos de um até dez todas as vezes que alguém nos contrariar. Um método mais eficaz é exercitar-nos a tentar enxergar o ponto de vista do outro em toda situação antes de reagirmos. E há ainda aquele simples conselho de que sempre nos esquecemos:

“Pense antes de falar!”

Ele pode ser um bom recurso para nos disciplinarmos emocionalmente.

Outra área em que, creio os crentes de modo geral precisa disciplinar-se é a da saúde física. Muitos lutam com o problema da obesidade. Outros, embora não estejam com excesso de peso, não cuidam devidamente da saúde. Não praticam exercícios físicos, e ficam fracos. Será que Deus não se interessa por essas questões? A Bíblia revela que nosso corpo é o templo do Espírito Santo. Será que o templo de Deus não deveria ser belo e bem cuidado? Pensando nisso, parece-me que precisamos exercitar disciplinas como a de praticar exercícios físicos, controlar nossa dieta, procurar eliminar alimentos prejudiciais ao organismo, etc.

Por último, precisamos aplicar disciplina também ao nosso desenvolvimento intelectual. Nossa capacidade mental é um dos mais extraordinários aspectos da criação. Deus quer que desenvolvamos nosso intelecto. Quer que renovamos nossa forma de pensar através da sua Palavra, e que usemos a mente para a glória dele. Nesse sentido, precisamos disciplinar-nos para exercitá-la mais. Obviamente nossa prioridade máxima deve ser estudar as Escrituras. Contudo todos nós podemos procurar aprimorar nosso conhecimento na área profissional ou inteirar-nos de outros fatores que favorecerão nosso crescimento nela. Ainda outro terreno que precisamos estudar é o da política e dos eventos mundiais.

Um Programa de Disciplina Pessoal

Poderíamos desenvolver um complicado sistema de regras e regulamentos para nossa vida em nome da autodisciplina. Mas isso só nos condenaria ao fracasso. Como os fariseus, estaríamos logo coando mosquito e engolindo camelos. Uma disciplina efetiva requer uma aplicação específica. Precisamos determinar, em oração, em que aspectos de nossa vida precisaram de disciplina e em seguida fazer um planejamento pessoal de acordo com as necessidades que identificamos. Esse tipo de programa envolve quatro passos básicos:

1) Estabelecer alvos pessoais. Precisamos definir o que queremos realizar na vida. Isso feito vai descobrir como estaremos em relação a essas metas e identificar aquilo que precisamos mudar para atingi-las

2) Uma vez estabelecidos os alvos, vamos determinar o que precisamos fazer para atingi-los. Será preciso elaborar um plano de estudo, oração, ou ação, uma combinação dessas três ferramentas! Essa determinação deve ser feita para cada alvo.

3) Com os alvos definidos e um entendimento do que precisamos fazer para atingi-los, podemos começar a desenvolver um programa de autodisciplina, que é como, quando, e onde vamos colocar essa disciplina em prática. A flexibilidade aí é muito importante.

Lembremos de que o alvo supremo não é realizar uma tarefa disciplinar, mas crescer. Não tenhamos medo de fazer modificações ou descartar-nos daquilo que não estiver certo.

4) O último passo antes de começar a pôr em prática qualquer programa de disciplina é, em oração, planejar o uso do tempo. A Bíblia nos admoesta: “Portanto, vede prudentemente como andais. Não como néscios, e sim, como sábios, remindo o tempo porque os dias são maus”. (Ef 5.15,16). Precisamos avaliar o uso que estamos fazendo do nosso tempo agora. Vejamos o que podemos eliminar o que gostaríamos de acrescentar, o que deve continuar. Calculemos quanto tempo levaremos para alcançar cada alvo estabelecido – um mês, um ano? Por fim, temos de organizar nossos alvos em ordem de prioridade e o horário para trabalhar neles.

Identificar a necessidade da disciplina e exercitá-la é uma tarefa contínua. A prática da autodisciplina, dirigida pelo Espírito Santo, é um aspecto permanente e ininterrupto da Vida Cristã. Ao praticarmos certas disciplinas elas se tornam bons hábitos. À medida que o Senhor vai-nos aperfeiçoando, identificamos outras áreas da nossa vida, que se acham necessárias de disciplina. Ocorrendo isso, novamente precisamos disciplinar a nós mesmos. A disciplina é um meio de crescimento. Precisamos permanecer firmes nela se quisermos amadurecer no Senhor e vir a ser como Ele quer que sejamos.

Extraído de New Covenant

Elaborada pela professora,

Maria Valda

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

LANÇA O TEU PÃO SOBRE AS ÁGUAS

"OS 5 TIPOS DE FILHOS QUE POSSUEM NA BÍBLIA"

AS DEZ BEM-AVENTURANÇAS DO ALUNO DA ESCOLA DOMINICAL